terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pensamentos aleatórios sobre desfralde

Qual o momento certo? Como não traumatizar a criança? Ando lendo blogs, livros e tentando me informar, mas confesso que estou um tanto quanto perdida. Queria começar os trabalhos de desfralde no verão, perto do aniversário dele. Mas há alguns meses minha sogra já deu de presente um penico e umas cuequinhas. Fiz que nem vi e guardei no armário, lá no fundo. Confesso que deu um misto de "ai, mas ele ainda é um bebê..." com um "ai, que preguicinha de começar este processo..."

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Só para contextualizar esse sentimento, dá para fazer uma comparação com o início da introdução de alimentos. Fiquei tensa de começar a oferecer alimentos, achando que ele estava crescendo muito rápido. Mas fiquei mais tensa ainda com a mudança. Já estava tão prático dar de mamar... A fase de adaptação já tinha passado há séculos, já era prazeroso aquilo tudo. E ia começar a acabar assim? E a praticidade de ter sempre a mão (ou seriam "aos peitos", rsrsrs horrível essa, eu sei) o alimento da cria, sem ter que me preocupar em comprar, em preparar, em oferecer, em limpar. Era fácil, prático e ultra mega saudável. 

Introduzir novos alimentos exigiu dele uma mudança de paradigma, para aceitar o novo. Mas exigiu de mim também. E teve muito cuspe, muita comida negada, muitas horas de preparação de papinha com todo amor do mundo para depois ver uma cara amarrada de choro junto com uma boca travada que por nada do mundo abria. Mas passamos por isso. A amamentação continua (20 meses and couting) e a fase mais difícil da introdução de alimentos passou. Ele come de tudo, mas não sempre e não muito. E a-do-ra mamar.

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Então, voltando pro desfralde, a sensação parece a mesma. As fraldas são tão, mas tão práticas, que dá nervoso só de saber que vamos ter que mudar, que vai ser complicado o processo. Serão vários estágios. Ele começar a entender onde se faz e ir tirando aos poucos em casa. Depois de bem acostumado à nova vida dentro de casa, começaremos o desfralde externo. A tensão de sair a primeira vez sem fralda com risco de acidentes por vir. E finalmente o desfralde noturno, que acho que é a última fronteira a ser desbravada. 

Acho que é essa a ordem. Pelo menos é a ordem que eu acho que vou seguir. E já decidi que vou fazer gradualmente, sem pressa. Acho que do mesmo jeito que ele se acostumou com novos sabores, ele também vai passar a compreender e a se controlar. É preciso paciência e tentar enxergar se o momento é certo para avançar. Só que eu não faço ideia de quando esse momento certo vai chegar e nem se vou percebê-lo.

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Só uma coisa me estimula a seguir em frente agora: o preço pela hora da morte das fraldas descartáveis.

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Enquanto as minhas dúvidas sobre o desfralde estavam me paralisando um pouco, pois já tinha lido em algum lugar que o ideal para se começar o processo do desfralde é em torno de 18 meses ("nem muito antes e nem muito depois", segundo um pediatra famosinho que li num blog), nem reparei que o Davi já vinha se incomodando com a fralda quando chegava da creche. Especialmente nos dias de muito calor, quando eu já tirava a roupa dele assim que chegava em casa. Quer dizer, eu reparava que ele puxava a fralda, mas não agi. 

Daí que minha mãe estava um dia desses aqui e percebeu. E o levou ao banheiro e tirou a fralda. E o colocou em cima da privada, em pé mesmo, e disse: faz aí o xixi. E ele fez! Para meu espanto. 

Bem, fazer xixi de pé na privada não é lá muito seguro. Então, no dia seguinte, ela conseguiu que ele fizesse o xixi no penico, mas de pé. "Menino faz xixi de pé". Não achei lá muito prático essa coisa de ficar segurando o penico e torcendo pra ele acertar. Então, no oooutro dia, eu já sozinha resolvi arriscar e perguntei se ele queria fazer xixi. E ele fez. No penico. Lindo. Jogamos fora e demos tchau. 

Fantástico, eu pensei, estamos engrenando no desfralde. E para minha surpresa, já consegui que ele fizesse seu primeiro cocô no penico. No final de semana, pedi que ele se sentasse no penico pra fazer xixi, mas senti que podia vir algo mais. Pedi que ele fizesse força e ele, me imitando, fez a tal força (com direito à mesma careta que eu fiz) e lá apareceram. Duas bolotinhas felizes, pulantes, marronzinhas (nojento, eu sei, mas mãe é bicho besta que fica feliz com a m... dos filhos). E ele parou no meio pra brincar com o próprio cocô assim que o viu. Ok, vitória parcial, mas um grande passo!!! Jogamos fora, demos tchau pra descarga e vida que segue.

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Eu, que estava toda prosa como a expert do desfralde, achando que o início estava indo de vento em polpa, tomei um balde de água fria. Me empolguei com os resultados e me excedi. Parece que esqueci o combinado comigo mesma, de levar as coisas devagar, conforme o ritmo dele.

Num dia desses de volta da creche, pedi pra ele ir no banheiro fazer xixi e ao ver o penico o menino travou. E começou a chorar descontroladamente, coisa que ele raramente faz. Acho que ele queria colocar a cueca, sem antes fazer o xixi. E quando eu reforcei que tinha de fazer o xixi antes pro bem do meu sofá e do meu tapete, o choro se instalou. Mudei de assunto, coloquei a fralda e vi que tem de ser mesmo com calma. Não vai ser todo dia que ele vai querer fazer e não vou forçá-lo. Sem pressa, sem traumas. 

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Nesse meio tempo, resolvi encarar um livro sobre o qual já vi muita gente de blog comentando, mas nunca tinha tido vontade ler. "A maternidade e o encontro com a própria sombra", da Laura Gutman. Resolvi ler por conta do desfralde. Li um trechinho na internet sobre isso e resolvi comprar. Acabei lendo tudo. Gostei tanto que dei de presente pra uma amiga grávida. 

Sobre o bendito desfralde, o livro reforça essa questão da calma e da paciência, de levar as coisas no ritmo da criança. E o mais impressionante. Que os bebês em geral estão prontos para isso em torno dos 3 anos. Fiquei impressionada com a idade, mas achei bem coerente com a argumentação. Mais um motivo para eu ter paciência e não querer apressar as coisas.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

1 ano e meio

Ah, vai... Já passou da metade há mais de um mês, mas desde o dia 27 de setembro que Davi tem um ano e meio. Não tem um ano e seis ou sete meses. Tem um ano e meio. Uma idade assim quase que redonda. Uma idade em que se para de contar o tempo de vida com meses (pelo menos para mim). Então, desde este dia fatídico que sempre respondo quando sou perguntada pela idade do meu garoto: "ah, ele tem um ano e meio".

Está bem grande e pesado. Da última vez que fomos ao pediatra (para a consulta de um ano e meio, há quase dois meses), estava com quase 12 quilos e 84,5cm. Agora, já deve estar maior. As roupas de dois anos já estão dando e daqui a pouquinho não vão caber mais. Já não consigo  ficar com ele no braço muito tempo (e nem ele quer mesmo, gosta é de chão).

E essa idade de um ano e sua metade é uma delícia. Posso estar sendo meio Poliana, mas tô cada vez mais in love com esse menino. É cada tirada, cada trejeito, cada mania que ele vai adquirindo que me tira do chão, que me dá orgulho e admiração. Coisas pequenas, mas que ficam guardadas na memória e agora registro no blog, pro causo da minha cachola falhar. Vamos a elas.

Ainda continua meio mudinho, fala só quando tem vontade. De tagarela ele não tem nada. Mas já fala muito mais. Seu "vasto" vocabulário agora inclui as palavras "titi" e "totô", já indicando que começa a ter algum discernimento sobre suas necessidades de higiene pessoal, por assim dizer (e começo a pensar no desfralde, o que confesso, só de pensar me dá uma preguicinha - assunto pra outro post). Fala "ati" para mate (que ama de paixão). Fala "pao" e "bô" (pão e bolo, comidinhas favoritas, e assim demonstra que realmente é filho da mãe que o pariu). "Aba", quando tem sede ou vê qualquer corpo d´água (poça, lago, piscina, mar - aliás, descobri essa aí porque ele gritou que nem doido "aba", "aba", "aba" ao ver o mar na última vez que foi na praia).

Fala o mais perfeito "papaí" e mamãí", assim mesmo, com i no final, para nós dois, os pais da cria, além de repetir nossos nomes ("Tiiiii" e "Liiii", em geral repetindo o chamado entre nós quando acaba o banho). Aliás, ele agora chama pela gente, gritando "mamãíiii" ou "papaíiii", bem diferente do antigo "uh, uh, uh". Também incorporou ao vocablário familiar o "bobô", "bobó" e "tita", para os avós e as titias.

E o mais legal de todos: aprendeu a "cantar" sua primeira música. Atirei o pau no gato é o mais novo hit das paradas aqui em casa. E Davi não se cansa de repetir: "Atoto, atoto, rere, caca, tete, minnnnhau", com cada conjunto de sílabas nas partes exatas da música, enquanto cantamos. Coisa mais fofa.

Ele pode nem estar falando muito, mas suas habilidades motoras vão de vento e polpa. Eu acho que ele não anda mais; só corre. Pra todos os lados. Tanto que, ao voltar da creche, costumamos largá-lo numa galeria perto de casa só para ele correr e gastar mais um pouquinho de energia antes de ir pra casa. Ele sobe e desce a rampa de lá milhões de vezes. E agora deu pra subir e descer de costas, só porque é mais divertido. E se abre em sorrisos ao fazer isso, completando com um "tao" (tchau!). Outra brincadeira maneirinha é interagir com a própria sombra, balançando de um lado para o outro e dar "tao". Hi-lá-rio! Imita praticamente toda e qualquer careta nossa. Faz cara de mau (franze a testa, abaixa o rosto e encara as pessoas, tudo isso cruzando o braço), cara de bom (levanta a sobrancelha e abre um sorriso faaalso toda vida), imita buldogue (olha a foto depois lá embaixo), mostra língua, faz o índio.

Já volta da creche andando o caminho todo. Durante uma fase em que o carrinho era puro espinho e caminhar dois passos era certeza de escândalo no terceiro passo, o colinho funcionou como meio de transporte mais eficiente. E esse colo tinha variações. A pior delas era ficar com ele no colo, mas ao mesmo tempo ele empurrando o carrinho, assim meio estilo superman (e a mãe aqui sofrendo pra carregar criança peso-pesado + mochila). Agora está uma delícia: vem andando, todo feliz, apontando ônibus (e fala "mamãí" para o ônibus, pois faz a associação com a despedida da manhã, quando normalmente desce com o pai para me dar "tao" antes que eu vá trabalhar), lua, cachorro, tudo que chama sua atenção.

Pegou a mania de querer andar em cima do muro da igreja no trajeto de ida e volta (viu um garoto mais velho fazendo, apontou pro muro e gritou pelo pai, pedindo para fazer a mesma coisa - Tide disse que a cara dele ao colocá-lo no muro pela primeira vez não teve preço). Aliás, está cada vez mais afeito a emoções radicais, como diz o pai. Quer andar em pé no carrinho, descendo ladeira. Quer subir em toda e qualquer coisa que vê pela frente (o próprio homem aranha). Brincadeira bruta é a preferência do garoto.

Estar com ele é divertido. Depois desse relato todo, ainda resta alguma dúvida?

Gaiatos... Fazendo buldogue com o papai.
E de óculos escuros, só porque é mais legal. :-)


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Primeira vez na praia

Retomando os posts fotográficos enquanto a inspiração e principalmente o tempo não vem, aproveito para postar umas fotos lindinhas da primeira vez de molequinho na praia. Foi em maio, ele tava bem menor, mais magrinho e menos cabeludo, mas vale ainda o registro.

Demorei um pouco para levá-lo à praia. O pediatra recomendou que fôssemos só depois de um ano completos, mas acabei demorando mais do que isso. Por ter a praia assim tão perto, sempre adiava a ida. Nunca era o programa prioritário, até porque eu mesma nunca fui muito de praia. Mas valeu muito levá-lo! Davi estranhou um pouco a areia e as ondas, mas amou a piscina inflável, mesmo com a água fria do mar. Devemos repetir em breve o programa.

Estreia em grande estilo, em Ipanema

"Esse negócio de pisar na areia é bão, mas é meio estranho!"

Batendo uma bolinha com o papai

Meu craque de bola

Depois de tanto exercício, uma água e uma piscininha inflável para relaxar

E o biscoito Globo não podia faltar!

Ô, menino, era para dar beijo e não língua na vovó!



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

As últimas novidades linguísticas

Sempre escrevi aqui que meu filhote era do tipo mudinho. E continua, mas as coisas andam mudando numa velocidade que, pelo menos para mim, está começando a ficar mais acelerada. Seu vocabulário se amplia a olhos vistos e ele está se arriscando muito mais nas suas frases de bebêzês (aquela frase que parece ser completa, completinha, com sujeito, verbo e predicado, com direito a entonação em tudo, mas que você não entende absolutamente nada).

Falar mamãe é agora algo usual (para nossa alegria!!!). Custou a sair e, quando saiu, só falava quando eu não estava perto. Mas agora fala sempre, toda hora, normalmente para afirmar que estou ali do lado dele e não necessariamente para me chamar. O melhor é quando vou buscá-lo na creche. Vem correndo e falando mamã-mamã. Um fofo.

Então vamos ao seu extenso vocabulário:

- papá: esse é clássico, mas agora já temos variantes. Ele chama o pai pelo nome, Tide. Aconteceu do nada. Estava dando banho no Davi e gritei pelo Tide para pegar a toalha (normalmente, um dos dois entra com a cria no chuveiro e o outro pega depois). Gritei "Tiiiiiide!" e o Davi quase que simultaneamente "Tiiiiiii!". Óbvio que gritei mais ainda, chamando o Tide pra vir ouvir a mais nova façanha linguística da fera. Estamos trabalhando agora no Liza ou Lili e Davi está quaaase lá. :-)

- papá: vale também para comida. Ele aponta pras coisas, especialmente aquelas que estão dentro de tupperware pequenininho (mesmo que não seja pra ele) e diz papá quando está com fome.

- uuuuhh!: com as mãos pro alto, para celebrar um "gooool!" quando joga bola com o papai. Também faz isso quando vê futebol na televisão. Fez isso outro dia quando o time adversário fez gol no Fluminense, time do papai ("pô, filho, torcendo contra?", disse o Tide, desolado quando ouviu).

- má, mé e pé: diz direitinho mão e pé, o seu e o dos outros, acompanhado dos fonemas certinhos. Mão é que varia um pouquinho, às vezes é má e às vezes é mé. Ele sabe indicar vários outros lugares do corpo (do seu e dos outros), mas falar enquanto aponta, só esses dois.

- dodó ou dodô: também já falei sobre isso aqui. Aponta direitinho para o machucado (agora seu joelho vive ralado) e diz. Mas uma das primeiras vezes em que ele falou isso foi muito legal, a primeira vez em que eu vi que ele se lembrava das coisas. Há uns dois meses, machuquei o dedão do pé tirando cutícula (eu mesma costumo me auto-mutilar). Ficou horrível, dedo mega inchado, com pus, cheguei a tomar antibiótico. Nesses dias, Davi chegou a pisar no meu dedo (porque esse tipo de coisa atrai) e eu soltei um mega grito e ameacei um choro. Ele, óbvio, chorou mais, do susto. Expliquei que tinha gritado porque ele pisou no meu dodói e ele desandou a falar sem parar dodô e apontar pro meu dedão. Uns quinze dias depois, ele rala o joelho. E eu falo: "ô, Davi, deixa eu ver o dodói". Ele aponta pro meu dedão, o mesmo que estava inflamado antes (e já tava sarado). Achei incrível! Ele não só entende as coisas, mas tem memória. Eu sempre me espanto quando ele faz coisa assim, digamos, de humanos.

- taaaaao: pra tudo e qualquer coisa ele dá tchau e, quando está empolgado, falou bem altão "taaaaao!". O tchau para ele tem o significado de se despedir, mas também de reconhecimento, para comunicar que está vendo alguma coisa. É hilário, porque é tchau pra luz, pro poste, pro cachorro, pra Lua, pra tudo. Aliás, no momento, seu reconhecimento de mundo também está bastante relacionado com o beijo. É beijo em tudo e em todos. Já deu até beijo no lixo (mais de uma vez), quando eu tava tentando ensiná-lo a jogar fora as coisas. Joga fora o papel, dá tchau pro lixo e manda ou dá o beijo diretamente (sempre acompanhado de um grito da mãe: "nãaaaao, Davi, lixo é sujo!").

- uuuuuá!: falando em Lua, olha ela aí. Aprendeu na creche e, desde então, quando tem Lua no céu, vai repetindo do início ao fim "uuuuuá!", apontando e com a cabeça vidrada nela até chegar em casa.

- tá: são duas coisas diferentes. Pode ser Sol (ele aponta nos livros qualquer Sol e manda o tá) ou borboleTA (manja? força na última sílaba?). Esse aí da borboleta ele aprendeu quando ele um dia percebeu a minha tatuagem nas costas. Falei que era a BOR-BO-LE-TA, reforçando cada sílaba, e ele se ligou de um jeito na última. Desde então, reconhece e fala tá para borboleta no vídeo, em brinquedo ou na pele das costas da mamãe.

- bobó e bobô: já falou vovó e vovô, mas nunca na hora que os avós estão pertos o suficiente para ouvir. Quer dizer, só pro meu papai, que é o que menos vê (mora longe), mas toda vez que vem aqui ou liga, o Davi consegue a façanha de falar bobô na cara dele e minha mãe se morde por dentro.

- bó e bô: bó, de bola, e bô, de acabou (acompanhado de um movimento fofo de colocar as palmas das mãos para cima e quebrar a cabecinha de lado).

- nene e dada: Davi se reconhece em fotos. As vezes fala nene, as vezes dada, numa abreviação do próprio nome.

Se lembrar de mais alguma coisa, atualizo ou faço um post novo. Mas fala a verdade se o molequinho não está ficando todo saidinho nas proezas linguísticas?


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A volta das férias

Foi tudo. Foi a vida. Foi libertador. Foi um reencontro comigo mesma. Curti pra caramba as minhas férias. Coloquei muitas pendências em ordem. Isso faz uma diferença enorme pra mim, pois começo a "dar defeito" quando vejo muita coisa acumulada por fazer. Fui a dentista (acho que a última vez o Davi tinha meses), arrumei todos, TODOS, sim todinhos os armários lá de casa. Depois da mudança, meio que tinha tirado as coisas de dentro das caixas e jogado de qualquer jeito nos armários.

Agora, meu armário parece um embrião de closet da Carrie, de Sex and the City, com direito a cabides transparentes e idênticos (precisa ver antes como era, cada um de uma cor, de um material, um horror). Agora tá tudo dividido, camisas de manga longa num lugar, de manga curta em outro, coisas de inverno num canto, sapatos guardados em caixas de plástico transparente (uma parte só, porque se fosse tudo ia ficar meio pobrinha só de comprar caixa de plástico). Invadi até uma parte do armário do quarto do Davi (metade, para ser bem sincera... hahaha). Por enquanto, a cômoda já supre todas as necessidades de guardar roupa do filhote. Então, porque não expandir os limites territoriais do meu embrião de closet de gente fina, elegante e sincera?

Além das arrumações mil e pendências, bati muita perna em liquidação (de casa e de roupa), em shopping, no Saara e nas ruas de Ipanema. A casa está mais bonita e o guarda-roupa mais "florido". Comprei sutiã, afinal o peito finalmente estabilizou de tamanho (e, para minha supresa, aumentei um número de 40 para 42, sendo que tô mais magra do que antes de engravidez... felicidade total). Fiz um botox no cabelo que eliminou aquela aparência de mãe desleixada, cujos cabelos novos, substitutos daqueles que caíram depois da gravidez e quase me deixaram completamente careca, teimavam em ficar rebeldes). Também fui ao cinema com o maridão duas vezes no meio do dia. E ainda fizemos um passeio até Petrópolis.

Muita coisa pra quem só teria uma semana longe do filhote. Afinal, o recesso do filhote na creche seria de uma semana, certo? Errado!

Vou euzinha, leve e faceira, me despedir da professora no que eu julgava ser o última dia de "aula" antes do recesso. "Mas porque o Davi não vem na semana que vem? Vocês vão viajar?" Caí pra trás! Não ia ter recesso pro berçário, só a partir do maternal. A semana idílica com a qual sonhei por meses e meses a fio tinha se multiplicado por dois milagrosamente (bem, mais porque a anta aqui da mãe não se dignou a perguntar pra ninguém da creche e subentendeu errado a informação que estava no papel do calendário escolar).

Então, voilá! Tive duas semanas para relembrar como era uma vida sem filho (pelo menos, dentro do intervalo de 9h da creche integral que ele frequenta). Até achei que iria deixá-lo bem mais tarde na creche, para aproveitar um pouco mais a cria, passar mais tempo com ele. Só que não. Até fiz isso nos primeiros dias, mas a ansiedade de ficar à toa ou resolvendo as minhas coisas foi maior. E posso dizer que foi a melhor coisa que eu fiz. Foi muito bom pra mim, pra minha relação com o Tide. Relembrar por pouco tempo como era a vida sem filhote. Não que eu queira voltar atrás, mas de vez em quando batia uma saudade que deu para matar de vez com essas duas semanitchas para mim, em que eu era dona do meu tempo.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Em compasso de espera

Filhote tá fofo demais, cresce muito a cada dia e eu aqui sem inspiração para nada. A casa anda bagunçada, o trabalho anda caótico, eu ando toda desgrenhada (hoje até caprichei um pouco mais no visual para dar um up na vida) e o blog meio abandonado. A verdade é que estou numa ansiedade só, porque faltam apenas seis dias úteis para as minhas tão sonhadas féeeerias (eu conto assim, em dias úteis, porque final de semana é bom e passa rápido; então, nem entra na contagem).

Pense numa pessoa que, diante de qualquer percalço doméstico, materno ou profissional, mentaliza quase como num mantra "falta pouco para a minha tão sonhada semana, falta pouco...". Na verdade, serão 15 dias de férias de trabalho, mas em uma delas estarei com a cria por conta do recesso da creche de uma semana. E aí não será um momento de prazer e ócio total misturado com oportunidade única de colocar em dia coisas que não se pode fazer com bebês ao lado.

Não me entendam mal. Eu escolhi que minhas férias coincidissem com o recesso do filhote. Eu queria passar mais tempo com ele. Queria que as férias dele fossem comigo ao lado. Se eu quisesse diferente, até poderia ter combinado com antecedência com a vovó, pois tenho certeza absoluta que ela não só toparia, como também adoraria a tarefa.

Só que ficar com ele um dia inteiro já acontece todo final de semana. Bem ou mal, mato minhas saudades com o filhote ao passar sábado e domingo juntinhos, fazendo programas de família.

Agora, dias e mais dias inteirinhos só para eu, EU, euzinha decidir o que eu quero fazer, na hora em que eu quero fazer, com possibilidade de mudar de ideia a qualquer momento, sem que isso signifique nenhuma hecatombe infantil, isso aí eu não tenho há mais de um ano atrás (mais precisamente há 1 ano, 4 meses, 1 semana e 1 dia atrás). Hoje, tudo é muito planejado, orquestrado, com horários. É exaustivo...

Não vou viajar, nem fazer nada de especial. Mas quero muito ir ao cinema, bater perna em shopping durante hoooras, ir ao Saara, ver horas e horas de televisão initerruptamente, arrumar meus armários e minha casa, ficar olhando para o teto do meu quarto enquanto me deito na cama por horas a fio só por alguns minutos só porque eu quero. Tenho um monte de coisas que gostaria de fazer, mas ao mesmo tempo não tenho nada programado, porque não quero programar absolutamente nada. Aliás, eu quero não fazer nada e fazer tudo. Alguém aí me entende? 


Enfim, tô com saudade de mim mesma antes da maternidade, quando o meu compromisso com o relógio era  praticamente nenhum (quando estava fora do trabalho, craro). Não voltaria atrás de jeito nenhum, mas é ótimo ter a oportunidade de curtir um pouco a vida de antes, só por cinco dias, de 9h às 18h.  

terça-feira, 26 de junho de 2012

Anarriê

Estou sumida, mas estou viva. É engraçado que fico escrevendo mentalmente vários posts, mas acabo não colocando no papel. Só de começar a pensar a escrever, dá preguiça (aliás, sempre sofri de preguiça digital, não sei nem como consegui fazer o blog...). Em cima disso tudo, tô trabalhando bastante e fiquei gripada. Então, minha cota de computador já fica preenchida só com o trabalho e em casa só quero saber de "morgar" no sofá depois que a cria dorme.

Mas vamos que vamos sair dessa inércia com um post mequetrefe de fácil de fazer, mas muito gostoso de ver também. Essas são fotos da primeira festa junina de Sr. Davi, que foi na creche há duas semanas. Me digam se esse não é o caipira mais charmoso da cidade?! Aliás, vestir menino de caipira é muito fácil e barato. Ele, que já tinha esta calça jeans e esta blusa quadriculada, só colocou um chapéu de palha e umas costeletas do lado. Prontinho! As meninas estavam todas fofíssimas, com vestidos mega rodados, lindos. Fiquei só imaginando o quanto essas mães não gastaram, para usar umas duas vezes só (afinal, ano que vem já está tudo pequeno).

Davi curtiu muito, dançou perto da fogueira de papel crepon e garrafa pet, deu o chapéu para os amigos, correu, estourou bolinha de sabão. Mas foi só dar o horário de dormir (19h), que começou a ficar chaaaato e tivemos de ir embora no meio da festinha. Se ele estivesse mais disposto, ficava até o final. Mas mesmo assim, deu tempo de tirar um monte de foto. Olha só!

Não dá para ver, mas essa alegria toda é
 por conta da bolinha de sabão que essa menina
de costas estava soltando

Peraí, menino, faltou o chapéu!!!

Pronto, tá lindão de caipira...

"Hi, mamãe, acho que tomei muito quentão... glup..."

Com a professora Luciana

Dando tchau para câmera com o papai
(que saiu de olho fechado, mas o baby
 ficou tão fofo que a gente abstrai esse detalhe)



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sorvetinho de final de semana


Novo brinquedinho continua dando frutos. Para quem não me segue no instagram, aí vai a última leva de fotos fofas do sorvete de final de semana. 


Independente

Quer?

Tá bonzão!



terça-feira, 5 de junho de 2012

15 meses e a comunicação

Um ano e três meses se passaram desde que o nascimento do Davi. E o bebê vai ficando cada vez mais distante, os traços mais finos, o corpo esguio, mais alto. Dá pra ver que bateu uma nostalgia forte por aqui... Ai, ai, ai...

Mesmo sentindo falta do baby que está indo embora, estou adorando esta nova fase porque de umas semanas para cá o danado passou a me mostrar que entende tudo, tudin que eu falo. Mas é tudo mesmo. Impressionante como de uma hora para outra, ele começou a entender ou pelo menos a atender alguns comandos, do tipo: "leva isso para o papai" ou "senta no leão [puff novo que ele ganhou]" ou "quer suco, iogurte?"

Entender, ele entende tudo, mas falar não é muito a praia dele não. Continua mudin, mudinho. Então, como é que eu sei que ele entende tudo que eu falo? Simples. Eu entendo praticamente todos os "uh, uh" ou "duh, duh" ou "tuto, tuto" ou qualquer bebezês que ele fale. Incrível como a gente consegue captar o que um bebê de 15 meses mudinho quer dizer!

Se eu pergunto se quer ver a galinha pintadinha, ele corre até a sala, pega o controle da TV e dá na minha mão. Fica olhando fixamente para a TV até eu colocar o DVD e, assim que começa, abre o maior sorriso e às vezes bate palma. Mas falar, ele não fala. Ele "quase" fala quando está jogando futebol com o pai. Chuta a bola, levanta os braços e grita "uh", como se estivesse fazendo gol. Lindjo!

Por enquanto, seu vocabulário se limita a auau e papá. Nem bó, que um dia já falou, não está mais afim. Mas temos algumas novidade importantes. Ele repetiu inúmeras vezes dódódódó, quando falei que o dedo da mamãe está dodói (unha encravada, que eu mesma causei por ter cutucado, mereço). Ele parava do meu lado, agachava de cócoras (aliás, como é que bebês agacham e levantam com uma facilidade absurda, não é mesmo?), apontava aquele dedo indicador minúsculo, desandando a repetir dódódódó.

A outra novidade, mais importante ainda, é que finalmente o rebento falou mamã!!!! Papai estava na rede com ele, tocando violão e tentando puxar da cria a palavra que ele teimava em nunca dizer. Até que do nada sai: mamã. "Corre aqui, ele falou mamãe". Eu, lavando louça, nem dei muita bola. Tava acreditando muito não. De novo: mamã. "Corre, vem cá!". Chego no quarto, Davi olha pra minha cara e solta: papá! Parece que faz de propósito. Então, saí do quarto falando que era melhor eu não estar presente, crente que ele não ia nem me dar bola. Foi só dar as costas e chegar perto da porta que a criatura mair lindja me solta: mamã. Morri... de amor!

Também fala de vez em quando um "bô...", quando acaba uma música ou acaba uma refeição. Mas só quando ele está muito a fim.

Ele pode estar meio lento para a fala, mas suas habilidade motoras andam de vento em polpa. Resolveu que é o mais novo homem-aranha do pedaço e só quer saber de escalar os móveis. Já conseguiu subir na cadeira e só não foi pra mesa porque eu tirei. Perigo!

Está se alimentando que é uma beleza. Bate pratão, come pra burro. Um alívio pra mim, que passei por umas fases de secura total. O sono continua irregular, com dias bons e dias ruins. Ainda dorme grande parte da noite na minha cama e mama deitado. Apesar das peraltices de escalador, é ainda uma criança calma, que pouco chora. Vai com todo mundo e adora gente. Super simpático, mas de poucos beijos e abraços (é pobre de beijo, como diz a minha vó). É meio abrutalhado. Adora uma brincadeira em que fique de cabeça pra baixo ou que é jogado em cima da cama. Adora velocidade. Batuca tudo e qualquer coisa, e tem de ser com força. Ama música; para o que estiver fazendo para admirar alguém tocando e o violão do pai é um santo remédio para um momento de impaciência qualquer.


Homem aranha

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Na turma dos grandes II

Finalmente Davi está plenamente adaptado à nova turma. Iei!!!! Só que esta mudança trouxe alguns fatos novos à vida do meu pequeno filhote.

Davi ganhou sua primeira mordida. Tadinho, a marca dos dentes bem visível no punho do braço direito veio na última quarta-feira. Uma amiguinha o mordeu. Eles estavam disputando um brinquedo. A professora me explicou que eles entram também em contato com os pais da criança que mordeu e não só com a que foi mordida. Conversam, encaminham para a psicóloga da escola e coisa e tal. Eu e o pai reforçamos que elas fiquem atentas para que isso não se repetir. Mas acho que é uma coisa de criança, da fase em que elas estão, que é uma forma de demonstrar algum descontentamento já que não sabem falar claramente. Tô certa?

Além dessa novidade não muito agradável, na turma dos grandes, Davi tem voltado com as roupas beeem mais sujas. Quer dizer, não a roupa dele, a que está no corpo, porque eles trocam antes de ir pra casa. Mas sempre que vou abrir o saco plástico com as roupas do dia, me impressiono com a sujeira e daí tenho uma noção de como foi o dia dele. "Ah, hoje ele deve ter ficado muito no tanque de areia", ou "nossa, hoje rolou uma aula artística, com direito a muita tinta guache", ou ainda "caraca, onde foi que ele sentou? parece cocô, mas tô achando que é lama".

Na agenda dele, até vem falando beeeem por alto o que foi feito no dia, mas as roupas dele são boas pistas do que realmente aconteceu. Agora super me identifico com comercial de sabão em pó (aliás, tô bem usando o sabão líquido do OMO e amando) e estou totalmente in love ainda mais a minha máquina de lavar e secar (que lava com água quente e, como num passe de mágica, as roupas saem sem manchas e sequinhas - ótimo não ter que contar com o tempo pra secar roupa, ainda mais nesse clima frio).

Bom, mas fato é que adaptado ele está. Na última segunda, o levei à creche antes de ir ao médico. Vim levando no colo e, ao chegar perto da porta da sala dele, o coloquei no chão. A tia abriu a porta e lá foi ele entrando, sem nem dar um tchauzinho. Seu BFF Pedro o recepcionou na porta, trazendo um telefone na mão. Coisa mair lindja, fófis! Ficamos eu e o pai espiando do lado de fora, nos esforçando para ele não nos ver, para ele não chorar. E ele acabou vendo a gente. E cagou baldes novamente. Nem aí para nós. Saí da creche feliz da vida com meu filhote.






quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ela voltou

Uma das melhores coisas de se ficar grávida é não ficar menstruada, não é não? Nada daquele incômodo anti-higiênico mensal, nada de ataques de impaciência ou surtos de emoção a flor da pele (se bem que grávida tem também os momentos emotivos, mas pelo menos a pessoa tem a desculpa claramente aparente de uma barriga). E melhor ainda é se, depois de grávida, por conta da amamentação, a menstruação não vem, por meses e meses a fio.

Eu estava nesse esquema até algumas semanas atrás, quando finalmente ela voltou. :-(

Foram quase dois anos (oito meses de gestação + 1 ano e quase 3 meses da cria, tirando o sangramento de quase 1 mês do pós-parto). Posso dizer que foi a glória! Mas como tudo que é bom um dia acaba...

Conto para o Tide e a primeira pergunta que o desgraçado ele me faz: então, seu leite vai secar? Eu, que até então estava muito tranquila com amamentação, com leite para dar e vender, fiquei com uma pulguinha atrás da orelha. Quando contei do ocorrido, outras pessoas que podiam ter ficado caladas muito queridas também fizeram a mesma pergunta.

E hoje, depois de umas três semanas da sua chegada, posso dizer que o leite não secou!!! [som de fogos de artifício ao fundo] Só que a produção caiu um tiquinho... Nada preocupante, acho que é a ordem natural das coisas mesmo.

Quando comecei a trabalhar, o primeiro mês foi um inferno, com peito dolorido o dia inteiro, parecia que tinha acabado de ter bebê de novo. Depois, a produção se acomodou. Aos poucos, bem devagarzinho, ela foi e está diminuindo. Até porque reduzi um pouco as mamadas dele e só sobraram a da noite, antes de dormir, e as das madrugadas.

Há alguns meses, era só entrar em casa, depois da creche, que ele queria mamar (às vezes até dormia, o que atrapalhava o início do sono da noite). Fui aos poucos distraindo-o com um brinquedo ou dando um suco, iogurte ou um pãozinho (mesmo depois dele vir jantado da creche) e hoje ele já não vem tão louco para mamar. Nos finais de semana, a mesma coisa. Nada de mamar a toda hora (o que prejudicava as refeições e o fazia comer muito pouco), conforme solicitado (ele nem solicitava não, eu é que já estava acostumada e qualquer reclamaçãozinha era peito na criança). Hoje, nos finais de semana, o peito só é oferecido na hora da soneca da tarde (quando necessário, geralmente quando estamos em casa), à noite, para dormir, e claro de madrugada.

Então, mesmo sem a livre demanda e com meus hormônios de volta ao normal (eu acho), a produção leiteira continua. Davi ainda acorda com a fralda transbordando de xixi por conta do meu leite. :-)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Bagunça dos meninos

A mãe aqui acorda mais cedo do que precisa só para dar tempo de deixar a malinha da creche do seu filho prontinha, com a roupa que ele vai colocar logo em cima, com calça, blusa, meia, casaco e tênis separadinhos (todos devidamente combinando, porque sim, eu me importo com isso). Não faço no dia anterior porque acho que o tempo pode mudar e aí a roupa também muda. Então, acordo antes do sol nascer e antes do meu filho acordar, às 5h40 (por que tão cedo? porque começo a trabalhar às 7h30, horário ingrato). O papel do pai, nesse caso, é só trocar o rebento e dar uma entretida até a hora da creche. Mas não numa segunda-feira como ontem. Ontem foi dia de bagunça. E meu filho foi todo-todo - bem bregulento, com o short (?) em cima da calça - pra creche, com direito a bandeira em punho e joão de deus no peito. Eu guento com isso? :-)

A sensação na rua 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Testando presentinho novo

Em um dia das mães em que tive o privilégio de ficar quase o dia inteiro só com a cria (obrigada, campeonato carioca por ter sua final justo nesse dia), testei meu mais novo brinquedinho (o iPhone e não o baby).

Sou agora uma mãe conectada, com direito a instagram e tudo. Vai ser ótimo para os momentos de olha-só -a-gracinha-que-ele-tá-fazendo em que a gente corre pra pegar a câmera e quando volta, o momento já passou. Uma evolução enorme pra quem tinha um celular que nem câmera tinha.

Ele que escolheu a roupa, juro! hehehe
Óculos da titia

terça-feira, 8 de maio de 2012

Na turma dos grandes

Davi "passou de ano". Quer dizer, mudou de turma no berçário. Agora já não habita mais a turma dos pequenos, onde as professoras só entravam com pantufas para não sujar o chão, onde os "alunos" mais se arrastam do que andam, onde mamadeiras e chupetas são recursos usuais para acalmar a criançada (menos pro Davi, que não usa nenhum dos dois - com exceção da casa da avó, onde mamadeira de suco ou mate é semi-permitida, porque, né, casa da vó pode "quase" tudo). Está há quase duas semanas na turma dos grandes, dos bípedes mega desenvoltos, que sobem, descem, dançam, atiram objetos, praticamente uma savana africana com várias mini-feras soltas. Tive apreensão pelo pequeno que mal aprendeu a andar e já seria atirado aos animais selvagens do BII.

Além disso, as cuidadoras eram outras, outro vínculo teria de ser formado. E ele já estava super apegado a uma delas, a tia Débora. Quando estava com problemas pra comer, a chamavam para resolver. Ele se atirava no colo dela ao chegar na creche, às vezes nem dava trela pra gente. Normalmente, quando ia buscar, ele estava no colo dela ou perto dela. Já cheguei de mansinho, sem as pessoas me verem, e a via dando beijo, tratando com carinho. No aniversário dele, ela foi e ele se abriu todo em sorrisos e gargalhadas. E isso tudo me confortava. Sabia que ele estava bem, que não só estava sendo limpo, alimentado e trocado, mas também estava sendo cuidado com muito carinho. Agora, na nova turma, um novo vínculo com as cuidadoras terá de ser mudado.

A transição que seria no começo de abril foi adiada pelo aparecimento de uma criança com herpangina na turma dos grandes. A adaptação teve de ser interrompida para não ter interação entre turmas e evitar contágio com crianças ainda não expostas. Achei ótimo, porque coincidiu com uma semana em que o próprio Davi estava doente e tive que ficar com ele um dia em casa. Depois desses percalços, a transição aconteceu. Uma adaptação parecida com a que ele teve assim que chegou na creche: uma hora na turma nova no primeiro dia, tempo que foi aumentando progressivamente até ficar o dia inteiro no final da semana.

A transição pareceu ter corrido tranquilamente, mas nos últimos dois dias da semana de transição entre turmas o sono dele ficou muito, mas muito ruim. Queria mamar non stop madrugada adentro e ficava agitado enquanto dormia. Tive que levantar e embalar em pé até ele pegar no sono, coisa que nunca tinha feito antes. Ainda bem que foram só dois dias. O pai foi quem notou a possível ligação entre esses acontecimentos e a mudança de turma. Bingo! Era isso mesmo. Criança acaba se expressando de alguma forma e tínhamos matado a charada.

O sono já voltou ao normal (que não é a noite toda, infelizmente) e hoje foi uma boa noite (acordei só uma vezinha, às 4h15 da manhã, que maravilha!... nunca pensei, antes de ser mãe, que comemoraria algo assim... hehehe).

Mas ele ainda está estranhando a creche. O pai já tinha me alertado que o Davi chorava quando ele o deixava na creche. E ontem, quando tive de levá-lo no lugar do pai, pude presenciar. Horrível. Muito ruim. Quase chorei junto. Não é um choro descontrolado. Aliás, nem é um choro. É uma reclamação, um beicinho, uma cara de gatinho do Shrek, de garoto menor abandonado, que dura uns 30 segundos, até a professora distraí-lo com um brinquedinho. Mas é de cortar o coração...

Sei que é uma fase, até ele se apegar à nova professora, mas mesmo assim fico com a maior dó. Tão pequeno e já passando por experiências de separação. A tia Débora sempre o visita (ontem mesmo ela estava lá, na turminha dos grandes, matando as saudades na hora em que cheguei), mas é sempre algo rapidinho, para não prejudicar a adaptação dele na nova turminha. Queria que ela seguisse, que trocasse de turma, junto com ele, só para ele se sentir melhor...

Tirando esses acontecimentos, a adaptação dele até foi tranquila. Segundo as tias da nova turma, ele fica bem o dia inteiro, não chora, gosta das atividades, que são muito mais agitadas do que na outra turminha. A turma dos mais velhos tem muito mais tempo de pátio e as atividades em sala demandam mais interação. Daqui a pouco ele vai estar amando a nova professora. Questão de tempo.  


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Para alegrar o dia II

Tem nada melhor do que bebê gargalhando, não é não?

Mas me diz qual é a graça de duas bolinhas batendo rápido e fazendo barulho? Davi acha muuuito engraçado! Se machucar o dedo de quem está batendo, melhor ainda. Gargalhadas e mais gargalhadas no colo da bisa que de vez em quando dá um agarrão, que é de se espantar que esta criança não reclame. E com a mãe enfiando banana amassada pra aproveitar a distração e manter a gostosura em dia.

Garotinho do Itaú, se cuida, hein?!




quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dia perfeito quase perdido

Na semana santa, nós três fizemos vários passeios bacanas e muitas fotos para registrar. Jardim Botânico e Lagoa. Fotos lindas, que tinham sido perdidas misteriosamente. Até hoje! Achei os cartões sumidos dentro da máquina de lavar. Tinha lavado roupa e cartão, tudo junto e misturado. Achei que tinha perdido tudo... Mas não é que esses cartões são bons e resistiram a uma boa dose de sabão líquido e amaciante?
Feriado começou com essa carinha pintada linda
 "O que é que há, velhinho?"
Ferrari-andador
Bem-bom, bem-bom, bem-bom...


Ginasta mirim
Felicidade de pinto no lixo
"Alô?" 
"Pára, mãe, de me fazer cosquinha..."
Família reunida no final do passeio no Jardim Botânico
Cansou tanto que desmaiou no carro, uma dormida praticamente instantânea
Passeio na Lagoa
Óculos da mamãe
Macaquinho
Cara de danado
Peguei no flagra da bagunça!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre apetite (ou falta de), preferências alimentícias e peso


Davi é um menino que só agora está gostando de comer. Para alívio de uma mãe que andava um tanto quanto preocupada com o peso do filhote. Finalmente, depois de um mês, Davi recuperou o peso antigo, de antes da pneumonia. Está com 10,815kg (5g de diferença em relação ao peso pré-pneumonia, então já considero que atingiu a marca – deve ter sido um xixizinho a mais ou a menos) e 81,5cm. Atingiu o mesmo peso, mas está mais 3,5cm mais “alto” (entre áspas mesmo, porque não tem como chamar um cotoquinho de gente como ele de alto hehehe).  

Depois do mini esporrinho do médico, cortei as mamadas durante o dia. A prioridade é a comida. Só de vez em quando, na hora do almoço, para ajudar a dormir o soninho dos justos (mais de uma hora na tarde do último sábado, um world record para o Davi).

Deixa eu contar esta saga em ordem cronológica para eu não me confundir. A alimentação do Davi começou com leite materno, quase exclusivo durante os seis primeiros meses. Digo quase, porque teve o episódio dos três dias com leite artificial por conta da icterícia gerada pela alergia ao meu leite materno. E teve também a introdução de suco de laranja lima e mamão com aveia para ajudar na prisão de ventre – ele chegou a ficar uma semana sem fazer número 2.

Depois disso, começou o martírio. Nunca curti muito essa coisa toda de fazer papinha. Aliás, sempre achei um saco. Preparar comida especialmente para ele, sem sal ou com bem pouquinho. Nunca acertava a quantidade certa e sempre ia muita comida pro lixo (eu odeio desperdício, ainda mais de comida e, consequentemente, de dinheiro). Se pelo menos ele comesse com gosto, ainda valeria o esforço. Mas não. Ele raramente comia tudo. Em geral, eram umas cinco (dia ruim) a dez colheradas (dia bom) e pronto. Trancava a boca. Se dava uma insistida um pouco maior, engasgava e vomitava. Aconteceram uns quatro ou cinco episódios desse em casa e dois na creche.

Então, a comida dele sempre foi muito amassada (isso quando não ia direto para o liquidificador para simplificar o serviço, mas a preferência era pela comida muito, mas muito bem amassada no garfo – ô saco) e ele só começou a comer pedaços mais sólidos depois que percebemos que na creche ele já comia (as antas dos pais fazendo papinha em casa, ele não aceitando e comendo arroz com feijão na creche – e se esbaldando).

Teve também a fase de comer bem só na creche e em casa só querer saber de mamar, especialmente quando estava mais doentinho. Perguntava na creche se ele estava comendo bem, se tinha almoçado, lanchado e jantado legal, e a resposta sempre era positiva. “Davi? Ah, ele sempre come bem!” E porque cargas d’água não comia comigo? Era o tempero? O tipo de comida? Tenho acesso ao cardápio semanal da creche e o que fazia em casa nem era muito diferente. Acho até que era melhor, pois começamos a temperar mais a comida dele na tentativa de fazê-lo comer.


Em função dessas dificuldades todas, eu e o pai nos valemos de algumas artifícios para incentivá-lo a comer. Já rolou serenata, aviãozinho, brinquedinho. De tudo, mesmo contrariando as orientações do pediatra: "hora de comer, é hora de comer; se não quiser, deixa com fome". Eu não consigo. E faço meus malabarismos e palhaçadas. Tudo em nome de um pratão bem batido! Atualmente, o hit da hora do almoço é o DVD da galinha pintadinha. Quem inventou esse negócio, merece o Oscar! Davi ama de paixão, fica entretido, abre o maior bocão. Está resolvendo que é uma beleza. É a carta na manga quando a boca tranca.

Hoje (mais especificamente no último final de semana), ele come bem. Come nas horas em que a comida é oferecida e numa quantidade razoável. Mas também se não oferecermos muita comida ou se já tiver passado do horário, ele não reclama. Fica brincando. Esquece de comer. Não que eu esteja esperando que ele vá me parar no meio do dia e dizer: “mãe, tô com fome”. Mas ele não se altera por conta de fome (também nunca deixei ele ficar muitas horas além do seu horário habitual para ver se ele se altera, né não?).

Começou a comer amaaando o mamão. Era a única coisa com garantia de aceite. Quando tudo falhava, para não deixar com fome, tacávamos mamão. Hoje o leque de comidas se ampliou e os preferidos são: pão (aaaama), feijão (quando está difícil de descer a comida, é só colocar um feijãozinho que ajuda a resolver – isso sem coar o feijão, só amassando, pois eu mesma só fui comer feijão com caroço na adolescência, pois só me davam o caldinho), açaí com banana (sei lá se tem muito açúcar ou coisas não muito corretas, mas ele ama de paixão), pêra ou maçã cozidas (sem colocar nada, só cozidinha mesmo, que já fica bem docinho). Aliás, a preferência ele, tirando o pão, é por doces, quer dizer, comida doce, porque ainda estou dando uma regulada nos doces muito doces.

E posso dizer que depois de um ano completo, dei uma relaxada legal na alimentação. Ele já come o que a gente come, só que bem amassadinho e cortadinho. Preparamos sempre a refeição do final de semana em casa, mas se por ventura estamos na rua e não levei a marmita pronta, não fico grilada de dar comida de restaurante (o que acontece sempre nos nossos cafés da manhã de final de semana, programa mais assíduo da vida pós-bebê). Nada de fazer papinha específica, sem sal, sem gosto, sem nada. Liberdade.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cabelo de mãe

Vamos combinar que cabelo de mãe sofre. Vem de um passado lindo e belo, não muito longínquo, quando na gravidez os fios ganharam um brilho natural, combinado a um crescimento fora do comum, assim como uma força resistente a qualquer tipo de queda e quebra. O auge da beleza, no meu caso, foi a primeira semana do pós-parto, quando o leite desceu. Lembro de me olhar nos espelhos dos banheiros da UTI, onde Davi ficou por dez dias, e achar meus cabelos lindos (e só, porque eu era o inchaço em pessoa, com pés do tamanho de patas de elefante, coisa que não tinha passado durante toda a gravidez - malditos e benditos hormônios do início da amamentação).

O tempo passou, a voz continua a mesma, mas os cabelos... quanta diferença.

Os meus perderam o brilho e caíram. Demais da conta. O tempo todo. Parecia que minha casa era o velho oeste, com montes de feno sendo levado aos quatro cantos da casa (só que não era feno, era cabelo, muuuito cabelo). Cheguei a consultar uma dermatologista, que me garantiu que a queda era passageira e que logo, logo meus cabelos voltariam ao local onde sempre habitaram. Só que ela esqueceu de comentar que ter um monte de cabelo novo crescendo não era assim tão legal.

Um mero rabo de cavalo hoje é um pequeno tormento. Ficam diversos cabelos rebeldes, especialmente dois tufos próximos às têmporas (as entradas da careca que um dia habitou a minha cabeça). O cabelo solto fica melhor, mas esses cabelos pequenos ainda não tem peso, não tem caimento. São mais leves e, por isso, ficam mais armados. Já comentei que meu cabelo é cacheado? Pois então, deu para sentir o drama. Controlar volume tem sido cada vez mais difícil. Escovas inteligentes ou de qualquer outro tipo estão fora de cogitação. Primeiro porque, apesar de tudo, gosto dos meus cachos (como eram, não como estão hoje). E segundo porque, como Davi dorme na minha cama, não quero ele respirando formol junto comigo. E terceiro porque eu acho que não pode fazer amamentando (disso eu não tenho certeza, mas na dúvida é melhor não fazer).

Para completar esse meu estado capilar, parte dos novos cabelos que estão nascendo são brancos. Isso mesmo. Vários exemplares desta espécie outrora rara na minha cabeleira estão dando o ar da graça. E eles são diferentes em relação aos antigos. Tem uma textura diferente, são mais grossos, incapazes de fazer aquele cacheado em espiral perfeita. Parece mais um primo distante do bombril, só que branco. Como tenho um cabelo preto, bem preto, qualquer fiozinho branco parece que vem acompanhado de luz neon piscante, de tão aparente que fica. Ai, ai.

Por conta dessa nova condição capilar, já me perguntaram se eu estava deixando a minha aparência de lado - um beijo, vózinha querida do meu coração! Pra ela chegar a perguntar isso pra mim, num tom de voz quase sussurrante no último final de semana, é porque realmente a situação deve estar negra. Confesso que a sobrancelha por fazer também não ajudou.

Estou com vontade de cortar, assim como eu fiz quando o cabelo começou a cair muito (foi mais de um palmo de cabelo dando adeus). Mas não sei. Vou continuar aqui com meu pequeno drama capilar e investir pesado nuns cremes para pentear gringos.

Auge da queda, careca aparente e cabelo rarefeito
PS: legenda serve pra mim e para o baby!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

As delícias e fofuras de um ano e pouco

Me dei conta que as coisas mais deliciosas dessa fase não estão sendo registradas nesse blog e não podia deixar isso passar desapercebido. Davi não só interage conosco, mas copia quase tudo que repetimos várias vezes. E isso rende a repetição dos gestos mais fofos do planeta! Preciso escrever para não esquecer, pois o repertório de gracinhas desse garoto aumenta a cada dia. Já falei que ele está uma esponjinha?

*****

Há muitos meses, Davi já imita o índio, levando a mão à boca várias vezes enquanto faz um som tipo óooooo. Fica o próprio cacique! Eu acho muito engraçado, porque ele faz isso mesmo sem falar muita coisa. Aliás, imitava índio mesmo quando ainda não tinha falado nenhuma palavra.

Falar palavra inteira, assim bunitinha, perfeitinha, completinha, ainda não rolou (e nem sei se é cedo demais pra isso ou não). Mas já dá para identificar algumas delas. As primeiras já contei aqui. Foram papá (endereçado certinho para o Tide) e bó (para a bola, que na verdade é o lustre do quarto dele em formato de bola e, por isso, por um bom tempo qualquer lustre de pêndulo era bó). 

Depois, a terceira palavra foi auau. Aprendeu num dia em que ficou na casa da minha mãe, onde o Chico mora (nosso cachorro da família, velhinho, velhinho). Depois de algumas repetições da vó, ele soltou um auau. Coisa mair lindja!!! Daí, cheguei em casa com ele e fui contar pro pai. "Você não sabe o que aconteceu lá na minha mãe. Davi falou auau hoje para o Chico!", o que ele prontamente repetiu assim que eu acabei a frase, só que meio torto, ao contrário, começando pelo "u": "uauau". E essa foi a primeira vez que eu tive certeza de que ele entendia tudin, tudin que eu falava. 

Agora já está quase falando Jade. Mas quem é essa sirigaita, né? Que está roubando o meu lugar nas primeiras palavras do meu filho (nada dele falar um mísero mama)? É a gata da vizinha. É a melhor distração para esse menino. Se está chorando, a gente pergunta, "cadê a Jade?" e o levamos para ver a janela que dá para o vão central do prédio. Às vezes damos sorte e encontramos a gatinha zanzando por ali. Mas mesmo sem a gata, é a maior distração e Davi chega a chamar a gata, falando "iaie". Praticamente nome e CPF completos da gata. Um prodígio esse menino! hehe

*****

Uma outra gracinha ensinada também pela vó, só que pela outra (minha sogra), também é muito fofa, mas achava melhor que ninguém tivesse ensinado. Ao ouvir "não, não, não" o guri balança a cabeça de um lado pro outro, fazendo o gesto da negativa com a cabeça. Até na creche, na hora em que cantam uma musiquinha que tem no refrão "no, no, no", durante a aula de inglês (sim, ele tem aula de inglês na creche) o menino faz a mesma coisa!

O problema é que na hora em que falo não de verdade, se não for um não muito firme (ou até se for firme mesmo, pq às vezes minha moral está em baixa), ele balança a cabeça em negativa, ri pra mim e continua fazendo o que estava fazendo como se nada tivesse acontecido. Fica confuso esse meu filho e não é pra menos! Ou será que ele não faz confusão nenhuma e se aproveita de sua fofura para tentar enganar esta mãe aqui que vos escreve? 

*****

Aprendeu também a "namorar" (aperta os olhinhos com força e pisca quando alguém pede "namora fulano, Davi!"), a dar tchau (para tudo e todos, até mesmo quando a gente não pede), mandar beijo (esse rola mais quando é pedido, mas ele já mandou beijo aleatoriamente), mostrar quantos anos tem (quando digo que o Davi fez um aninho e faço o número um com meu indicador, ele vem e encosta o indicador dele na ponta do meu dedo). Quando peço, "cabecinha", bate a testa na minha e ri quando eu solto um gritinho, como se tivesse machucado. Deixa a mão aberta enquanto a gente bate repetidas vezes, como num highfive, enquanto eu fala "valeu, valeu, valeu..."

 A mais engraçada é ele fingindo que está chorando, ensinado pelo pai. O pai coloca a mão nos olhos e faz um som aguuudo de choro falso. Davi observa e ri. Depois vai e faz a mesma coisa, coloca a mão no rosto enquanto o Tide faz o som de choro (ele mesmo não faz, meu pequeno mudinho) e depois tira a mãos dos olhos e ri. Tem coisa mais fofa que isso? 

E pra completar, nem é bem uma gracinha ensinada, mas eu acho muito, mas muito fofolético. Às vezes, quando falo com ele, mas não estou olhando nos olhos, ou falo do pai e o pai não o está olhando nos olhos, ele quebra o pescocinho para olhar nos olhos da pessoa que está falando ou sobre a qual estamos falando. E ri. E eu me desmancho toda. Deu pra perceber, né?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mãe que amamenta

Eu sou uma mãe que amamenta. Ainda, como teimam em completar algumas pessoas. Meu filho tem 1 ano e 1 mês e continuo na função de vaca leiteira. E mais, coloquei uma meta pra mim mesma (que por sinal é igual da OMS e seis meses menor do que o recomendado o meu pediatra): vou tentar amamentar o meu filho por dois anos.

Como eu disse, esses dois anos de amamentação são uma meta e não um prazo, um deadline. Quero cumprir e chegar até lá, mas não quer dizer que ao chegar nessa marca, vou trabalhar para o desmame. Quer dizer que, se o Davi quiser parar antes disso, vou tentar insistir para ele não largar. Mas, se chegar nesta marca, vou considerar que minha missão de vaquinha mococa foi cumprida. Se ele quiser largar, não vou insistir (apesar de reconhecer que este será um momento tenso) e espero que tenhamos uma transição tranquila.

Então, enquanto ele estiver a fim, tamos aí (eu e meus peitinhos). E, pelo andar da carruagem, acho que vai ser possível cumprir a meta com louvor, uma vez que até hoje o peito se enche, vaza, suja camisola à noite. Tudo isso numa intensidade bem menor do que no início (quando eu vivia cheirando a leite o dia inteeeeiro), mas ainda assim rola um RNfeelings por aqui.

Aliás, não sei como seria diferente. Vejo muitas mães que dão mamadeira, que reclamam que o filho não quis mais mamar. E fico me perguntando como é essa relação sem o peito. Como a pessoa consegue acalmar a criança, colocar pra dormir (sim, eu faço o que não é recomendado por nenhum pediatra, Davi dorme pendurado no peito), dar carinho. Sei que é possível, quer dizer, não só possível, mas como é também muito comum. Mas na prática é que não saberia fazer diferente do que faço hoje.

E isso tem um ônus e um bônus (aliás vários, de ambos os lados). É bom o carinho, a proximidade que se forma entre mãe e filho. É uma fonte saudável de nutrientes e calorias, sem contar com os anticorpos que vão junto. Só que também tem um lado prisão.

Eu não tiro leite. Não estoco. Acho pouco prático. Não sei se é resquício da UTI, mini trauma do início da amamentação, ou se é pura falta de tempo e saco, mas prefiro dar o leite in natura. O que me obriga a estar por perto à noite. Deixa eu colocar melhor: isso não me obriga, mas eu me sinto obrigada. A estar disponível para dar o mamá, caso seja solicitado (e ainda é, muitas vezes). Numa boa noite, são umas duas mamadas; numa péssima, são milhares, nem chego a contar.

Outro dia, fomos a um aniversário à noite, mas logo depois de meia-noite voltei pra casa. Foi bom, mas seria impensável ficar muito mais tempo que isso (pelo menos por enquanto, na minha cabeça, algo diferente disso seria completamente inviável). Dormir longe dele, só nos primeiros dias de UTI, que foram bem difíceis. Hoje, é impensável.

E essa prisão normalmente não me incomoda. Normalmente, eu disse. Mas está começando a me incomodar. Não é a falta de sono contínuo, não é o cheiro de leite, não é o peito duro. O que tem me incomodado é a prisão.

Não sei se estou numa fase muito trabalho, casa, casa, trabalho, mas estou sentindo uma saudade da época em que ia ao cinema, jantar fora, teatro, show. Esses programinhas de casal, de namorado, que um dia ainda vão voltar (não com a intesidade de antes, mas nada que uma programação prévia e uma boa alma de babá - vó, tia ou qualquer familiar mais próximo - não resolvam).

Mesmo me sentindo um pouco assim, sigo firme no meu propósito, na minha meta. One year down, one more to go!