Davi é um menino que só agora está gostando de comer. Para
alívio de uma mãe que andava um tanto quanto preocupada com o peso do filhote.
Finalmente, depois de um mês, Davi recuperou o peso antigo, de antes da
pneumonia. Está com 10,815kg (5g de diferença em relação ao peso pré-pneumonia,
então já considero que atingiu a marca – deve ter sido um xixizinho a mais ou a
menos) e 81,5cm. Atingiu o mesmo peso, mas está mais 3,5cm mais “alto” (entre áspas
mesmo, porque não tem como chamar um cotoquinho de gente como ele de alto
hehehe).
Depois do mini esporrinho do médico, cortei as mamadas
durante o dia. A prioridade é a comida. Só de vez em quando, na hora do almoço,
para ajudar a dormir o soninho dos justos (mais de uma hora na tarde do último
sábado, um world record para o Davi).
Deixa eu contar esta saga em ordem cronológica para eu não
me confundir. A alimentação do Davi começou com leite materno, quase exclusivo
durante os seis primeiros meses. Digo quase, porque teve o episódio dos três dias com leite artificial por conta da icterícia gerada pela alergia ao meu
leite materno. E teve também a introdução de suco de laranja lima e mamão com
aveia para ajudar na prisão de ventre – ele chegou a ficar uma semana sem fazer
número 2.
Depois disso, começou o martírio. Nunca curti muito essa
coisa toda de fazer papinha. Aliás, sempre achei um saco. Preparar comida
especialmente para ele, sem sal ou com bem pouquinho. Nunca acertava a
quantidade certa e sempre ia muita comida pro lixo (eu odeio desperdício, ainda
mais de comida e, consequentemente, de dinheiro). Se pelo menos ele comesse com
gosto, ainda valeria o esforço. Mas não. Ele raramente comia tudo. Em geral,
eram umas cinco (dia ruim) a dez colheradas (dia bom) e pronto. Trancava a
boca. Se dava uma insistida um pouco maior, engasgava e vomitava. Aconteceram
uns quatro ou cinco episódios desse em casa e dois na creche.
Então, a comida dele sempre foi muito amassada (isso quando
não ia direto para o liquidificador para simplificar o serviço, mas a preferência
era pela comida muito, mas muito bem amassada no garfo – ô saco) e ele só
começou a comer pedaços mais sólidos depois que percebemos que na creche ele já
comia (as antas dos pais fazendo papinha em casa, ele não aceitando e comendo
arroz com feijão na creche – e se esbaldando).
Teve também a fase de comer bem só na creche e em casa só
querer saber de mamar, especialmente quando estava mais doentinho. Perguntava
na creche se ele estava comendo bem, se tinha almoçado, lanchado e jantado
legal, e a resposta sempre era positiva. “Davi? Ah, ele sempre come bem!” E
porque cargas d’água não comia comigo? Era o tempero? O tipo de comida? Tenho
acesso ao cardápio semanal da creche e o que fazia em casa nem era muito
diferente. Acho até que era melhor, pois começamos a temperar mais a comida
dele na tentativa de fazê-lo comer.
Em função dessas dificuldades todas, eu e o pai nos valemos de algumas artifícios para incentivá-lo a comer. Já rolou serenata, aviãozinho, brinquedinho. De tudo, mesmo contrariando as orientações do pediatra: "hora de comer, é hora de comer; se não quiser, deixa com fome". Eu não consigo. E faço meus malabarismos e palhaçadas. Tudo em nome de um pratão bem batido! Atualmente, o hit da hora do almoço é o DVD da galinha pintadinha. Quem inventou esse negócio, merece o Oscar! Davi ama de paixão, fica entretido, abre o maior bocão. Está resolvendo que é uma beleza. É a carta na manga quando a boca tranca.
Em função dessas dificuldades todas, eu e o pai nos valemos de algumas artifícios para incentivá-lo a comer. Já rolou serenata, aviãozinho, brinquedinho. De tudo, mesmo contrariando as orientações do pediatra: "hora de comer, é hora de comer; se não quiser, deixa com fome". Eu não consigo. E faço meus malabarismos e palhaçadas. Tudo em nome de um pratão bem batido! Atualmente, o hit da hora do almoço é o DVD da galinha pintadinha. Quem inventou esse negócio, merece o Oscar! Davi ama de paixão, fica entretido, abre o maior bocão. Está resolvendo que é uma beleza. É a carta na manga quando a boca tranca.
Hoje (mais especificamente no último final de semana), ele
come bem. Come nas horas em que a comida é oferecida e numa quantidade razoável.
Mas também se não oferecermos muita comida ou se já tiver passado do horário,
ele não reclama. Fica brincando. Esquece de comer. Não que eu esteja esperando
que ele vá me parar no meio do dia e dizer: “mãe, tô com fome”. Mas ele não se
altera por conta de fome (também nunca deixei ele ficar muitas horas além do
seu horário habitual para ver se ele se altera, né não?).
Começou a comer amaaando o mamão. Era a única coisa com
garantia de aceite. Quando tudo falhava, para não deixar com fome, tacávamos
mamão. Hoje o leque de comidas se ampliou e os preferidos são: pão (aaaama),
feijão (quando está difícil de descer a comida, é só colocar um feijãozinho que
ajuda a resolver – isso sem coar o feijão, só amassando, pois eu mesma só fui
comer feijão com caroço na adolescência, pois só me davam o caldinho), açaí com
banana (sei lá se tem muito açúcar ou coisas não muito corretas, mas ele ama de
paixão), pêra ou maçã cozidas (sem colocar nada, só cozidinha mesmo, que já
fica bem docinho). Aliás, a preferência ele, tirando o pão, é por doces, quer
dizer, comida doce, porque ainda estou dando uma regulada nos doces muito doces.
E posso dizer que depois de um ano completo, dei uma
relaxada legal na alimentação. Ele já come o que a gente come, só que bem
amassadinho e cortadinho. Preparamos sempre a refeição do final de semana em
casa, mas se por ventura estamos na rua e não levei a marmita pronta, não fico
grilada de dar comida de restaurante (o que acontece sempre nos nossos cafés da
manhã de final de semana, programa mais assíduo da vida pós-bebê). Nada de
fazer papinha específica, sem sal, sem gosto, sem nada. Liberdade.
4 comentários:
Liza,
Eu sinto que errei muito no início da alimentação do meu filho por conta das papinhas.
Eu fazia as sopinhas, depois as papinhas e muito horrível: usava também as industrializadas.
Como você, nunca curti essa coisa de fazer comida diferente e tudo mais.
Então, há pouco tempo li o livro "Mi niño no come" do Dr. Carlos González. Você já leu?
Lá ele falo sobre o erro das papinhas e de como a alimentação do bebê não deve ser muito diferente da nossa...
Tenho certeza de que com o segundo filho terei uma liberdade muuuito maior!!
Recomendo muito o livro!
beijo!
Pois é, Debora. Aprendi na prática! Ele passou a gostar muito mais da comida quando começou a comer quase igual a gente (quase, porque de vez em quando eu dou uma derrapada no fast food...hehehe).
Não vai demorar muito e ele vai escolher o que quer comer, mas aí é outra história... Acho melhor curtir esta fase com toda a intensidade, e de preferencia oferecendo muuuuuuuita variedade, de preferencia FRUTAS, que são saudáveis e fáceis de encontrar e preparar. Esta era nossa prioridade na alimentação de vcs, acho que deveria ter oferecido mais legumes e verduras, mas tb não se pode acertar em tudo, né? Bj
Oi amiga, amei o seu blog, ficarei imensamente feliz se vc conhecer o meu cantinho. www.gustavoegaby.blogspot.com
Bjinhus
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