quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O primeiro Natal

No último final de semana, foi possível ver o clima de Natal completamente instaurado e dominado no shopping. Lojas e corredores decorados, uma multidão de gente comprando, comprando e comprando. E mesmo tendo uma visão crítica sobre o feriado, não resisti aos seus encantos. Me explico.

Sempre adorei o Natal (família reunida, troca de presentes, comida farta), mas conforme fui ficando mais velha, comecei a questionar essa coisa toda americanizada: bonecos de neve, decoração com pinheiros, roupa super quente no papai noel. Meio estranho quando se pensa que o Natal no Rio de Janeiro em geral é um dia super abafado, com calor de 40º e chuva de verão no fim do dia que quase sempre não refresca.

Essa resistência boba a coisas americanizadas, acho que resquício da minha formação acadêmica, somada ao início da adaptação do Davi na creche me fizeram não arrumar uma fantasia para ele usar no Halloween da creche. Pô, achei um pouco demais. O guri com 7 meses já tinha de ir fantasiado para participar da festa? Ele nem ia perceber! E a minha resistência foi maior ainda quando eu pensei que ia comprar uma fantasia para as tias da creche curtirem o meu filho no meu lugar durante a festa (eu nem ia ver!). Então, pra quê comprar uma fantasia para ele usar uma única vez (bebês crescem, esqueceu?, e perdem roupa num piscar de olhos) se ele mesmo nem ia perceber e eu, a mãe, aquela que quer curtir esses momentos de pura fofura bebêzística, iria estar a quilômetros de distância? Deu birra na pessoa aqui.

O resultado é que ele foi o único bebê não fantasiado no Halloween. Todo mundo com quem eu comentei esta minha resolução achou que eu deveria sim tê-lo fantasiado. Que esse meu pragmatismo todo deveria ter ficado de lado. Ninguém se identificou comigo :-(

Bem, mas voltando ao Natal, é possível imaginar que eu não estaria nem aí para este feriado. Afinal, Davi ainda nem entende isso e ainda não foi mordido pelo bicho consumista que ataca sempre no final do ano. Árvore de Natal é fato que não vou comprar e montar nesse ano. Só mais trabalho para a pessoa aqui que está enfrentando um fim de obra + início de mudança (sem armários! um capítulo a parte....). Mas eu não resisti a um dos maiores clichês natalinos ever! O papai noel de shopping.

Maternidade é isso mesmo, cuspir pra cima e depois se deparar fazendo exatamente aquilo que achava que não iria fazer. Óia aí o resultado.

Eu guento com essa fofura toda?  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O presente da discórdia

Marido chega em casa em plena segunda-feira, dia de nada, nenhuma data assim realmente marcante. Mas eis que ele aparece com uma caixa enooorme, embrulhada para presente. "É a Ferrari que eu comprei para o Davi!" Respirei fundo e retruquei com:

a) "onde é que eu vou enfiar este carrinho antes da mudança?", levando em consideração que ainda estou no nosso quarto e sala, que já não suporta mais nenhum item infantil adicional;

b) "esse carrinho vai riscar todo o nosso piso de porcelanato novo!", ouvindo o atrito da roda de plástico com o atual piso de cerâmica;

c) "isso aí não é muito seguro...", enquanto encaixava as peças e relembrava o antigo "carrinho" que a gente mesmo fez - basicamente uma caixa de plástico grandona e algumas almofadas para montar o cockpit, bem mais child friendly;

d) "mas isso aí foi muito caro!", lembrando da fatura de cartão de crédito da obra que está para vencer;

e) "não podia ter segurado até o Natal?", ao perceber que estava queimando um cartucho antes da hora; 

f) "ele tá muito lindo nesse carrinho. Vamos tirar uma foto!", ao vê-lo se divertindo horrores no brinquedo novo.

Só o Davi mesmo para quebrar esta mãe chata e controladora...

Fala sério, né? Esse sorriso quebra qualquer um mesmo

domingo, 6 de novembro de 2011

Os vômitos, a creche e o fim de uma era

Dramático esse título, né não? Mas foi um drama o que rolou nos últimos tempos. Desde que Davi começou a comer coisas sólidas, papinhas e afins, ele tem vomitado. Começou nesse dia aqui e o episódio se repetiu. Da primeira vez, achei que foi por conta da minha ansiedade, de alimentá-lo rápido demais. Mas aconteceu de novo e de novo e de novo. Ao todo, foram quatro episódios em casa e dois na creche. No último deles, na creche, fui chamada para pegar o Davi mais cedo porque ele ficou bem molinho, abatido mesmo.

Nesse dia do episódio da creche, a berçarista me ligou assim que tinha chegado ao trabalho depois de dar o mamá da hora do almoço. E tinha demorado em torno de duas horas para ir e voltar (sendo que na creche mesmo, tinha ficado só uns 10 minutinhos). Tava arrasada por ter enfrentado um trânsito monstro, nervosa por ter demorado muito tempo e morrendo de fome. Pois então, mal cheguei, eu já tinha que voltar. De preferência em cinco minutos, porque o Davi estava molinho. Mas eu com certeza iria demorar pelo menos uma hora (de novo).

Com o coração na boca, tentei ligar para o Tide, para que ele tentasse chegar antes de mim e só caía na caixa. Put.....erda! Queria matar, esfolar, ele, o trabalho, o trânsito, quem aparecesse na minha frente. E nesse olho do furacão, me liga a compradora do meu apartamento querendo me dar uma pressão para sair mais rápido do apartamento (oi? o combinado não era final de novembro?eu tenho uma obra para acabar!). Não sei nem como consegui me controlar...

Acabei conseguindo falar depois com o marido enquanto me despencava de volta para a creche. Chegamos quase ao mesmo tempo e ainda rolou uma pequena discussão do marido com o senhorzinho que cuida do trânsito de entrada e saída de carros na creche ("vou deixar meu carro aqui porque tô indo pegar meu filho na creche, rapidinho; ele tá doente" ao que o senhorzinho respondeu "e eu com isso?" - o suficiente para fazer meu calmíssimo marido falar umas palavras bunitas para ele). Isto tudo porque estresse pouco é bobagem, né?

Na consulta de acompanhamento de oito meses, conversamos com o pediatra sobre o ocorrido. Segundo ele, não devemos nos preocupar muito, pois Davi continua crescendo e ganhando peso. Está agora com 73 cm de altura, 45cm de diâmetro da cabeça e 9,270kg de peso. Nos gráficos comparativos, está com um tamanho de cabeça na média, o peso está um pouco acima da média e a altura está muuuito acima da média. Engraçado que, comparativamente, ele deixou de ter um cabeção para ser um vara-pau. hehe

Bem, conversando com o pediatra sobre os episódios, chegamos à conclusão de que ele deveria estar muito cheio. Por isso acabava vomitando. Especificamente, nesse dia do episódio da creche, eu dei o peito antes dele almoçar (ele dormiu antes de almoçar e as berçaristas iam oferecer o almoço depois). Só que ninguém me avisou que ele não tinha comido! Fui logo pegando e dando o peito (toda afobada por conta da hora, do trânsito, do estresse). Depois, o bichinho ainda almoçou. E logo em seguida, colocou tudo pra fora.

O pediatra sugeriu que o peito da hora do almoço fosse interrompido e que eu tentasse respeitar os horários das refeições, segurando o peito para não atrapalhar a fome da criatura. Que o ideal era o Davi se alimentar de 4 em 4 horas. Acatei, porque acho que ele tem razão mesmo. O leite aqui ainda jorra, o peito fica duro e cheio como na época em que ele era recém-nascido (nem cheguei a menstruar ainda). Em casa, no final de semana, acabava dando o peito toda hora porque o Davi gosta, porque era cômodo (um ótimo tranquilizador de bebê) e porque era uma forma de matar a saudade acumulada da semana. Já suspendi o mamá do almoço (o fim de uma era!!!), mas confesso que no final de semana ainda estou dando o peito ao longo do dia, só que de forma bem mais comedida.

Outra coisa que só pensei hoje por conta de um comentário da minha vó, era que o estresse de ir e voltar da creche, a preocupação com horário, com trânsito, isso tudo podia estar passando pelo leite. E refletindo um pouco sobre isso, pode até ser que tenha alguam relação, o que me acaba me confortando e me dando a certeza de que tomei a decisão certa por suspender esse mamá.

O resultado é que Davi passou um final de semana lindo, sem vômitos e estresse!!! Por eu ter respeitado o espaço entre uma refeição e outra, sem dar o mamá desenfreadamente a qualquer momento, o apetite dele para a comida foi melhor. A papinha feita pelo papai com um pouco de tempero (um alhinho, azeite e um pouquito de sal para dar gosto) também contribuiu para ele comer tudo (bem melhor so que aquela insossa que eu estava fazendo). Uma satisfação para essa mãe aqui!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

As coisas mais engraçadas do mundo

... observar alguém fazendo embaixadinha com uma bola de futebol e depois caindo como um goleiro para pegá-la quando ela escapar;
... ver alguém se aproximando aos poucos, fingindo que está tossindo alto;
... ouvir alguém falar, repetidas vezes, palavras como tranquilão ou calça curta;
... sentir um pano passar pelo rosto várias vezes, acompanhados de umas músicas e gritinhos;
... ganhar um "cheiro" no pé, acompanhado da frase "que chulé!".

Achou graça? Pois é, nem eu. Mas para o Davi essas são as coisas mais engraçadas do mundo inteiro!!! Dá para repetir umas 8.934 vezes até "gastar", quando ele começa a forçar uma risada só para a pobre mãe aqui ou o pai não ficar no vácuo. Mas logo, logo, descubrimos uma coisa nova para fazer ele de novo gargalhar alto, rir tanto, até sair aquela risada sem som, que doi a barriga.

E não é que ele ri de mim e para mim? Eu que sempre me achei tão sem graça... Coisa mair lindja de mamãe!!!