quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

3 anos

Tirando a poeira do blog por um bom motivo. Meu primeiro filho faz hoje três anos. E para comemorar em grande estilo serão três celebrações: uma festinha na escola, um bolinho em casa e a festa propriamente dita no Jardim Botânico. Vai ser show, vai ser delícia.

Mas o post é para falar menos de festa e mais de sentimento. É que grávida, especialmente nessa gravidez, tô meio mucho loka, com os hormônios subindo pra cabeça. Tanto para o lado bom (emotivo) quanto para o ruim (ataque de pelanca e irritação por muito pouco ou quase nada).

E tô aqui pra contar um desses episódios. Estava nesta semana, voltando do trabalho, e ouvindo no rádio do ônibus a música "eu sei que vou te amar", na nova versão da Ana Carolina para a novela. A música é linda, mas nem sou fã da cantora. Só que me tocou de um jeito, lá no fundo, porque comecei a pensar no filhote pequenininho e na trajetória que percorremos como família, desde o seu nascimento até aqui. Ainda pensei mais a frente, no seu crescimento, nos ganhos que ele está tendo e cada vez mais vai ter, na sua independência (ainda mais no trecho da música, que fala da despedida e da volta). E aí chorei. No ônibus mesmo. De forma contida, de óculos escuros, pra não fazer vergonha. Mas deu pra rolar umas lagriminhas discretas, um choro de lady, digamos assim.

Não sei outras mães, mas tive alguns episódios assim, que eu chamo de choro de amor, principalmente na época do nascimento do Davi. Um choro pra fazer desaguar um sentimento que do nada arrebata a gente, que aperta o peito meio que sem sentido. E isso eu já não sentia há algum tempo. A maior parte aconteceu quando ele era pequenininho, durante a fase de formação de vínculo, que comigo só se estabeleceu forte mesmo depois do nascimento dele. Na barriga, a sua existência e o amor que ela traria a reboque eram uma ideia mais romântica na minha cabeça. Quando ele chegou, é que o negócio pegou, deu liga. E foi uma enxurrada de sentimentos bons (junto com uns outros nem tanto, porque ser mãe para mim é cair em contradição algumas várias vezes).

Episódios desse tipo se tornaram mais raros, porque a rotina acaba por nos acomodar, por achar que ele sempre esteve e sempre estará aqui. Não nos deixa refletir sobre as coisas, sobre como é bom eu ter me tornado mãe e, principalmente, a mãe dele, do Davi. Só que o sentimento veio e forte, bem no ônibus.

Daí cheguei em casa e filhote já estava lá porque o pai já tinha buscado (papel que normalmente é meu, mas o trânsito do Rio de Janeiro está cada vez mais me impedindo de exercer). Abracei forte e chorei mais um pouco. Ainda contida, pra cria não me ver assim, né? Sequelar a criança por nada não vale. Só que não deu pra segurar muito tempo. No meio da janta, começou de novo o siricutico. E aí não me segurei e foi bem na frente dele.

- Mamãe, é o Levi que está nascendo?, disse olhando para mim, ameaçando também começar a chorar.

- Não, filho. Não é o Levi. Falta muito para ele nascer. E não se preocupa, porque a mamãe não está triste não. Eu só estou muito feliz com você, por isso que eu estou chorando.

- Mamãe, não chora. Você não está sozinha. Eu estou aqui com você.

E, óbvio, que depois dessa frase, fiz exatamente o oposto. Chorei mais um pouco (o mais contida possível para não sequelar a criança) e o apertei forte. De onde saiu essas duas últimas frases eu até desconfio, porque normalmente falo isso para ele quando é ele quem chora. Mas ouvir dele, naquele momento, teve outro significado. Pra mim, significou exatamente o que ele disse. Que realmente não estou sozinha, estou com ele, pra sempre, mesmo que nossos caminhos físicos se separem nos anos que estão por vir. Mas em pensamento, em vínculo, em amor, estamos conectados e nunca mais sozinhos.

Parabéns, filho! Feliz aniversário de 3 anos!


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O fim de um ciclo-bebê e o começo de outro

Então... Demorei para dar as caras aqui para contar as últimas novidades. Que são muitas. Para não criar muito suspense na leitura, vamos acabar logo de vez com ele e vamos às novidades e depois conto as historinhas que vem a reboque:

- Davi desfraldou de noite!

- Davi desmamou!!

- Estou grávida do segundo!!!

Tenso, né? E bom demais!!!!!

Desde que o Davi nasceu, aliás antes disso, sabia que queria ter mais de um filho. Assim que ele nasceu, queria ter uns vinte logo depois, de tanto amor que veio junto imediatamente depois do nascimento. Após um mês, o pensamento já era diferente. Com todo aquele “assoberbamento” de RN, de início de uma nova fase da vida, só repetia para mim mesma: “ele um dia vai fazer 20 anos e vai sair de casa”. :-)

Passada a fase mais crítica, repetia para mim que o ideal seria assim que o Davi desfraldasse, porque não queria trocar fralda de duas crianças. Sei que muita gente faz isso, mas achava na minha cabeça que seria complicado demais, gasto demais, demanda demais. 

Então, num belo dia, Davi cismou que não queria colocar a fralda para dormir. Ele já havia desfraldado de dia, mas toda noite dormia com a dita cuja. Do nada, ele disse: “não sou mais bebê, não quero fralda”. Assim, do nada mesmo. Sem considerar muito o pedido que ele estava me fazendo, forcei a barra e tentei colocar. Ele chorou, vi que o negócio ia escalonar e resolvi atende-lo, mesmo sabendo que acidentes iriam acontecer. E aconteceram, mais de uma vez. Tanto que “roubei” uns dois ou três dias, colocando a fralda depois que ele havia adormecido (shame on me, eu sei...). 

Como não queria mais sabotar o desfralde, que havia partido dele mesmo, adotamos a seguinte estratégia. Ele, que ainda acorda no meio da noite, por volta de meia-noite, para ir para a nossa cama, faria o xixi nesse momento, no intervalo entre camas da nossa rotina de cama semi-compartilhada. E desde então, tanto a minha quanto a cama dele amanhecem sequinhas. :-)

Coincidência ou não, mais ou menos umas duas semanas depois do pedido do desfralde noturno, descobri que estava grávida! Estávamos considerando essa ideia desde o início do ano, praticando uma “roleta russa” por assim dizer, mas assumidamente tentantes há apenas dois meses. E aconteceu no momento em que eu martelava na minha cabeça: assim que o Davi desfraldasse. Só não achava que seria tão rápido, porque não foi assim na primeira vez. 

Aliás, momento melhor não poderia ter. Fora o fato de que tanto o lado pessoal quanto o financeiro vão muito bem, obrigada, Davi está numa fase ótima. Além de desfraldado, ele deu um salto de desenvolvimento nesse ano muito grande. Fala bastante, se expressa de uma forma que quase sempre me surpreende, com um vocabulário gigante. Está muito social, com muitos amigos. Já dormiu fora de casa uma noite e nem sequer esboçou sentir a nossa falta (foi a maior farra na casa da avó). Acho que já atingiu uma maturidade que julgo bacana para ganhar um novo irmão. A fase de bebê, para ele, realmente passou.

Passou tanto que até desmamou. Apesar de ter transcorrido sem traumas, de uma forma muito mais tranquila do que foi o desmame noturno, não foi um desmame sem incentivo. Não partiu dele, partiu de mim. Já estava grávida quando aconteceu.

Como um dos inúmeros sintomas da gravidez que começaram a pipocar por aqui, os seios sensíveis e doloridos vieram e com força total. Assim como foi na primeira gravidez. Se esbarrar a roupa no mamilo já incomoda, imagina só o quanto machuca um menino de quase três anos mamando no seio! Doía, incomodava, tava bom não.

Até então, mantinha a única mamada antes do sono noturno porque era prático, apesar de já ter deixado de ser prazeroso. Ele dormia na hora certinha sempre e nunca chorava. Não tinha e nem nunca teve lá em casa drama para dormir. E por isso essa última mamada se mantinha sem prazo de validade para expirar.

A dor no seio por conta da gravidez é que me motivou. Falei com ele que estava doendo, que fazia dodói. Já tinha lido que não era legal desmamar assim, para não sequelar a criança. Não associar a dor à perda de um hábito que para eles é prazeroso. Mas, poxa, tava realmente doendo! A última vez, que não lembro bem o dia, mas foi há mais ou menos uma semana e meia, ele sugou duas vezes e eu dei um grito. Baixo, mas um grito. E disse: “tá doendo, Davi”. Ele parou, encostou a cabeça no meu ombro, colocou a mão no mamá e dormiu. Assim, fácil. E tem sido assim nas noites que se seguiram. Não aconteceu nada do que eu esperava, as noites não se tornaram um drama. Ele dorme mais ou menos no mesmo horário de sempre (não passa de 19h30) e em geral no colo ou abraçado na cama. Dorme rápido, sem sobressaltos, sem drama. 

Então, com dois anos e oito meses, Davi está oficialmente desfraldado e desmamado. Tá grande, tá menino, tá lindo. E daqui a pouco vai começar tudo outra vez... :-)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O causo do presente do Dia dos Professores

Davi está na creche desde 7 meses e, em 2013, começou no maternal. Primeiro ano da vida escolar propriamente dita, mas até hoje me pego falando que ele vai para a creche. Só que não. É escola. Tem uniforme, mochila, merendeira.

E tem professor também.

Tudo bem que desde o berçário existia um professor na sala (mais trocentas cuidadoras), mas até então nunca tinha feito nada especial para dar de presente no dia deles. Mãe relapsa, eu sei. Deveria, mas não fiz. Não me toquei. Só vi que era Dia dos Professores quando a escola relembrou em comunicado que naquele dia não tinha aula (e por isso nem curti muito, pois lá fui eu me virar para arrumar alguém para ficar com o pequeno). E tb, né? Já pago caro, eles estão ali para isso, não é favor. Quando eu estudava, não tinha essa parada de presente, nem feriado era (isso eu iria gostar e, com certeza, lembrar!). Mas isso a gente abafa, é meu lado pão-duro da família Ramalho falando.

Só que nesse ano foi diferente. Depois de quase dois anos na escola, já conheço quase todas as mães da sala do Davi e formamos uma lista de e-mails. Uma delas sugeriu dar um presente coletivo, assim faríamos um "ratatá" e não ficaria pesado no bolso de ninguém. Curti a ideia. Demoramos um pouquinho para chegar no presente ideal, mas uma vez decidido, uma das mães se prontificou a comprar. Show de bola!

Só que não acabou por aí. Uma delas sugeriu a entrega de um cartão, com o nome das crianças, para identificar afinal quem foi que deu o presente. E aí veio a ideia: por que não entregar mãos das crianças em papel, coloridas com giz de cera. Fofo, não é? Só que eram 16, eu disse DEZESSEIS professores, entre cuidadores e professores de português, de natação, de capoeira, de música, de inglês. Isso significava um mega projeto artístico caseiro de cada pequeno. Que deveria ser feito em apenas dois dias (a ideia surgiu meio em cima da hora), somente naquele intervalinho curto entre a janta, banho e cama, contando com a sorte de a cria não estar exausta demais e num dia daqueles que só Gzus salva.

Me arrepiei só de ler a sugestão, pensando no drama que poderia ser. Mas vamos lá, todas gostaram, ninguém se manifestou achando que poderia ser complicado. Não ia ser eu que iria estragar.

Esqueci de fazer as mãos no primeiro dia. Ficou para o segundo dia, mais em cima da hora ainda. Tenso. Só que para minha surpresa, deu tudo certo. Davi voltou na escola em ótimo humor e depois da janta e do banho deixou que eu fizesse as 16 mãos no papel. Foi meio complicado ele desenhar depois em cima, mas deu para garantir pelo menos alguns rabiscos em cada uma.

Mas o melhor de tudo foram as mães contando como foi a odisseia de cada uma em casa. Teve gente que fez molde e simplesmente recortou (de madrugada!) no papel rabiscado pelo filho. Teve gente que enfrentou uma noite com problemas de encanamento em casa e mais duas crianças pequenas (com uma delas passando mal) para só então fazer na madruga o molde da mão baseado num projeto artístico anterior do filho (isso depois de ponderar que seria demais tirar o molde da mão do próprio filho enquanto ele dormia). Teve mãe que fez os próprios rabiscos no papel, como se fosse a própria criança (a-mei isso!!!). Teve gente que colou adesivo no lugar de desenhar porque o filho empacou e não queria desenhar de jeito nenhum.

Enfim, um monte de histórias de gente-como-a-gente, falando como foi que conseguiram (ou não) cumprir a tarefa artística do dia do professor. Eu, que às vezes fico achando que sou a única que não dá conta de fazer essas tarefas de mãe (sou mestra em esquecer de mandar fruta no dia da fruta, de esquecer o chinelo no dia da natação, de demorar meses para identificar decentemente o uniforme da criança), achei legal perceber que estamos todas no mesmo barco. Se virando nos 30 para dar conta de tudo, mas nem sempre na perfeição com que nos cobramos. E nem por isso deixa de ser menos divertido!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dos fatos, curiosidades e personalidade de um menino de 2 anos e meio

Para tentar agrupar algumas tiradas e acontecimentos dos últimos meses, resolvi reunir num lugar um compilado de dados dessa criaturinha que está com dois meses e meio.

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Nessa semana, enquanto estavam brincando no quarto, o pai pegou uma raquete de plástico do Davi e disse: “vamos brincar de tênis?”.
- “'Péla' aí, papai”. E lá foi ele correndo até a cozinha. Voltou, com seu par de tênis na mão. E prontamente pegou a raquete e rebateu cada um deles com toda a força contra o ar.
Faz todo o sentido, não? GÊNIO!

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A mãe de um amigo da escola me contou o causo dos dois, contado pela professora da turma. Ele, o amigo BFF e o outro amigo tinham trazido banana no lanche. Davi e seu BFF já sabiam descascar a banana, enquanto o outro amiguinho ainda não sabia. A professora, tentando ensinar, deu a banana ao pequeno, que prontamente falou: “Abre banana!”. Tadinho, como se ela fosse abrir sozinha.
Davi e seu BFF caíram na gargalhada e, desde cedo, já praticam bullying infantil. Mas num grau tolerável e muito fofo. Até hoje, quando relembro a história e falo “abre banana” em casa, ele dá risada e diz: “O [fulano] não sabe”. :-) 

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Ao ser cumprimentado na saída de uma loja por uma vendedora com um "Tchau, bebê!", Davi rebateu de bate pronto "Não sou bebê." E eu perguntei então o que afinal ele era: "Sou 'quiança'!".

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Ele é um menino cauteloso. Em um parquinho novo, sente primeiro o lugar e sobe com cuidado nos brinquedos. Até dominar o local, vai com cuidado em cada brinquedo e por isso dificilmente se machuca de primeira. Também é medroso com animais. Adora ver bichos, mas se eles se aproximam, ele se retrai.

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Mama só uma vez por dia, à noite, para dormir. E repetimos sempre as mesmas frases. "Qual o nosso combinado?", eu pergunto. "[Mamar] Uma vez no escuro e Mucilon só amanhã de dia. Te amo muitão!" E então, ganha dois beijos, um em cada bochecha. E dou também dois beijos. Sempre. <3

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Só assim para ganhar beijo, porque o menino é escasso de carinho. Andou melhorando um pouco, mas em geral quando peço um beijo, vem um "beijo-pum", que é soprar na bochecha e fazer barulho de caminhão. E sai rindo achando graça. Esse menino adora uma galhofa.

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Conseguimos ter diálogos agora, mas normalmente são meio nonsense. Algo do tipo:
- Filho, como foi a aula de natação?
- A tia Simone pediu para eu dar um pulo de peixe espada, assim ó [e imita o pulo].
- É mesmo? E quem tava lá na aula também?
- O tubarão. Ele mora no fundo mar.
- É mesmo?
- Sim, e ele anda de avião de 'tubina'.
- Jura? E o avião, vai para onde?
- Para o Pará. [onde ele passou as férias, na casa da vó]

Os diálogos em geral terminam com avião de 'tubina' e sempre chegando no Pará. :-)

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Desde as férias no Pará, está comendo bem melhor. Digo que ele anda com o "comedor aberto". Um alívio para uma mãe que já se estressou muito com a alimentação dele. Adora frutas (quase todas, só o abacate que andou negando, mas vou oferecer de novo). Come arroz, feijão, carne, macarrão. Mas legumes e verduras... É uma luta. Só que não desisto. Mantenho sempre no prato dele e tento dar junto com o feijão, carne ou o que estiver no prato, para mascarar o gosto. Assim, consigo que ele coma uma cenoura ou chuchu cozido. Querer que ele coma cru já seria demais, mas vamos avançando um pé depois do outro. Também consegui que ele goste de batata baroa. Seguimos tentando manter seu prato colorido, mas é realmente uma luta.

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Assim como é uma luta a hora de escovar os dentes. E a hora de cortar as unhas do pé. Da mão não, corta tranquilamente. E o mesmo acontece quando vai cortar o cabelo. Parece que está matando a criatura.

Tento distraí-lo, fazê-lo rir. É preciso um plano, uma estratégia de entretenimento. E aí entram super heróis, bichinhos de pelúcia, palhaçada dos pais ou de quem estiver perto (vó, vô, tia). Já consegui algumas vezes escovar os dentes e cortar as unhas do pé sem maiores traumas. Mas seguimos ainda com sérias dificuldades para cortar o cabelo. Aliás, nesse final de semana, deve rolar de novo aquele momento tenso no salão. Tá cabeludo que só ele.

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Não dorme a noite toda ainda, mas não mama mais de madrugada. Dorme cedo, exausto da escola. O normal é às 19h30, mas acontece com frequência uma antecipação desse horário se ele volta muito cansado da escola. Tipo ontem, quando ele dormiu 18h40. E foi até às 6h10 da manhã do ooooutro dia. Mas não direto. Acorda toda noite para ir para a nossa cama. Praticamos cama compartilhada em geral depois de meia-noite. Por enquanto, não pretendo tirar este hábito. Já foi um progresso tirarmos a mamada da madrugada. Querer que ele durma a noite inteira e na sua cama é um passo maior, que ainda não tem previsão de acontecer tão cedo. Até porque gosto de dormir do lado dele. Eu e o pai.

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Desfraldado com dois anos e dois meses, mas ainda usa fraldas para dormir. Algumas vezes acorda seco, mas em geral não. Não faço ideia de quando devo tirar a fralda noturna.

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Tirando alguns resquícios de bebê (a mamada única e a fralda da noite), Davi está cada vez mais menino. Menino não. Moleque. Gosta de gente, de bagunça. Cumprimenta e é cumprimentado pelas pessoas na rua, no caminho até a escola. Fala com o dono da lojinha, com o atendente da lanchonete, com o artesão de móveis e por aí vai.

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Está passando por uma fase futebol, completamente influenciado pelo pai. É capaz de ficar horas chutando bola lá em casa. Chama o pai para jogar bola na quadra. E, no final de semana passado, foi na maior quadra de todas, o Maracanã. Ao ver o "Nense" jogando, pediu para mim: "mamãe, quando acabar o jogo, posso ir jogar bola naquela quadra?". E gritava, vaiava e xingava (?!), imitando o pai e as pessoas em volta. Ficou ma-ra-vi-lha-do!

Ele quer dormir de uniforme, chuteira e bola agora. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Decoração de quarto de menino

Para falar do quarto do Davi, tenho que antes contar uma historinha. Quando engravidei, não havia o quarto dele. Morávamos num quarto e sala. Dormia do lado da nossa cama; primeiro no carrinho, depois em um berço desmontável. Mostrei isso aqui ó.

Só que o que eu queria mesmo era ter tido um quarto pra ele. Queria ter tido a experiência de arrumar, ajeitar, fazer um lugar especial para ele. Mesmo sabendo que ele sendo um RN passaria mais tempo no meu quarto mesmo, queria ter tido esta experiência. Acho que teria me dado mais tranquilidade por ter uma "tarefa" a fazer antes dele nascer. Me nível de ansiedade teria sido menor. Mas não rolou. O $ tempo só perimitiu que a gente se mudasse quando ele tivesse uns 10 meses.

Então, com toda essa energia de decoradora de quarto infantil reprimida, resolvi que pelo menos o quarto do Davi seria o lugar da casa com o maior nível de "acabamento". Por "acabamento" eu quero dizer que é o cômodo em que não falta mais nada para comprar e terminar de montar. Bem, quase nada, pelo menos. Tem sempre umas coisinhas a mais que podemos aprimorar.

Primeiro vou mostrar como estava o quarto alguns meses depois que chegamos, quando ele ainda tinha um berço. Depois, como está hoje, já com a caminha. E, sim, ele dorme na caminha! A única diferença em relação ao berço é que agora ele vem andando até a nossa cama no meio da madrugada para terminar seu sono noturno. Mas isso é assunto para outro post. Então, vamos às fotos!

O quarto do Davi tinha uma rede. Veio da varanda do antido apartamento. Foram muitas sonecas nessa rede, com a barra de crochê feita pela bivó... <3

Os cubos da parede foram doação da minha mãe. Já foram parte do quarto da minha irmã quando ela era adolescente! Caíram como uma luva no quarto do Davi e foram colocados pelos avós (valeu, pai! valeu, mãe!)

O lustre é uma bola de futebol e é o "culpado" pela primeira palavra do Davi. Ele apontava e dizia: "bó"!

O tapete clarinho foi comprado na feira da Gen. Glicério. Feito sob medida por um artesão. Uma pechincha e dá para lavar na máquina de lavar. Foi a solução na época para o chão gelado.

Nosso amigo leão foi presente da vó e nessa época era só decoração. Hoje, ganhou a função de lugar de castigo, bem no estilo super nanny. 

Travesseiro de menino (presente da minha tia) super "casou" com o kit berço que comprei. Aliás, encontrar esse kit berço foi uma odisseia. Acabou que me conformei com esse, mas queria algo mais colorido (não encontrei no Brasil e trazer de fora seria $$$ demais)

O kit acompanha o colchonete-trocador. Em cima, fotos do Davi bem bebezinho. 

Na parede, um adesivo para dar uma vida, adicionar uma cor.

Na entrada, desenho feito pelo meu pai. Ficou lindo!!!

Mesa de plástico que foi presente do aniverário de 1 ano. Eu colei adesivo colorido na tampa (antes era de Hot Wheels) para "harmonizar" com o ambiente


Canto dos veículos que não couberam no armário

Muitos brinquedos ficaram decorando as prateleiras. Como são coloridos, deram mais cor. E já anunciavam a transformação do quarto de bebê para um de criança

Quarto semi-colorido

Os brinquedos ficam no armário, que tem a portas de correr e é acessível ao pequeno; as bolas ficam dentro do tigre (também presente de aniversário, do melhor amigo)

Atrás da porta, um chaveiro adaptado como roupeiro

Agora, voilá! O quarto como está hoje! :-)
Mais colorido e com uma mini-cama (que era o berço)

A parte de cima da cômoda perdeu o trocador e ganhou peças de decoração

A mesa de plástico foi trocada por uma de madeira, porque ela desmontava fácil, fácil. Essa mesa aguenta melhor o "tranco" de um menino de 2 anos e meio. 

Livros saíram do quadrado da parede e agora ficam numa prateleira, logo ali em cima da mesa; e ao lado está um quadro-negro, que também é imã

Tem também livros do outro lado do quarto e o leão-castigo

Decór fófis

As bandeirinhas com o nome dele logo acima das fotos acrescentaram cor na parede branca

O tapete foi trocado por um mais colorido, comprado no ebay

A roupa de cama +almofadas + bandeirinhas foram feitas sob medida num ateliê aqui do Rio. O abajur de passarinho foi presente da vó e a mesa de cabeceira em breve vai ganhar um rádio para tocar CD e mp3 (aliás, é difícil achar um que toque as duas coisas)

A grande perda do quarto foi a rede, mas gosto muito mais assim, colorido. Sem tema específico, mas com cara de quarto de menino "gande"! :-)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sobre desfralde

A pessoa nasce e se adapta a toda uma vida de acessórios que atendem suas necessidades. Ela só conhece ser daquela forma até que chegam os dois anos. E aí tem que se desfazer da fralda, do berço, do carrinho, da chupeta, da mamadeira. É um período de adaptação e eles saem da fase bebê para a fase criança.

Posso dizer que estava tensa com essas mudanças. Como tirar fralda de um ser humano que desde que nasceu só sabe fazer suas necessidades quando bem entender? Como praticamente nunca ficou assado (muito raramente só um vermelhinho), imagino que a fralda era um conforto para ele. E, como escrevi aqui, pra gente também era.

Só que um dia veio um comunicado da escola. Queriam começar a tirar a fralda do Davi. A psicóloga julgava-o maduro o suficiente para tal. E queriam saber se a gente topava ir adiante, pois não adiantava começar na escola e, em casa, ele seguir de fralda o dia inteiro. Davi tinha dois anos e pouco, acho que dois anos e dois meses.

Fiquei tensa, conversamos com eles. E decidimos seguir adiante. Na segunda-feira seguinte começaria o desfralde na escola. Preparamos o arsenal (quatro mudas de roupa, incluindo camisas, shorts, meias e cuecas) e um outro tênis na mochila. Só que resolvi começar em casa, no sábado, para ver como ele iria se comportar. Se estivesse muito complicado, voltaria atrás na escola e pediria mais tempo para ele.

E para minha surpresa, foi fácil. Moleza. Tranquilíssimo. Fiquei de cara, boba mesmo.

A tentativa que havia feito há alguns meses atrás tinha sido meio ruim e por isso voltei atrás. Só que dessa vez não foi. Realmente ele estava pronto. Aceitou todas as vezes que o levamos ao banheiro, inclusive para fazer número dois. Só tivemos uma escapada no final de semana inteiro, logo depois que ele comeu melancia (aí também já seria esperar demais). Uma vez tirada a fralda, não colocamos mais. Nem pra soneca da tarde. E a semana na escola também ocorreu de forma tranquila. Foram poucas escapadas e logo já não era mais necessário mandar aquele arsenal todo.

No início, Davi não pedia para ir ao banheiro, mas aceitava que a gente o levasse. E levava TODA hora. Até que começamos a espaçar os intervalos. E ele passou a “pedir”: segurava o peru e olhava pra gente. Daí, corríamos pro banheiro e era certeiro. Engraçadíssimo! E uma mãe de um coleguinha dele da escola falou que o mesmo acontecia com o filho. Será coisa de menino? E é impressionante como eu e o pai sabíamos ler a expressão dele, que informava que tava na hora de ir ao banheiro.

Desde então os livros se tornaram a melhor ferramenta no banheiro. Foi uma ótima estratégia, porque o chamava para ler um livro quando sentia que estava soltando muito pum (thanks for sharing... :-/ ) ou logo depois de uma refeição (tipo passarinho; comeu, cagou). Hoje em dia ele mesmo pede o livro se sente que vem algo diferente.

Aliás, hoje, passados uns meses desde o desfralde diurno, ele já pede mesmo, com todas as letras. “Mamãe, quer fazer xixi”. Fofo. E ainda espera um pouquinho. Não precisamos mais daquela sangria desatada de sair correndo pra leva-lo ao banheiro. Dá para achar um banheiro (se estivermos na rua) e leva-lo com calma.

E posso dizer que foi um alívio, uma benção, uma dádiva não ter mais que limpar fralda suja. Ainda mais de número dois! E nosso bolso também agradeceu, pois o consumo de fralda caiu vertiginosamente.

Porém não atingiu ainda o zero. Davi ainda dorme de fraldas. O desfralde noturno são outros 500. Até tentei umas duas noites deixa-lo sem a bendita fralda (pq em alguns dias a fralda amanhecia seca), mas no final da madrugada, lá pelas 4 da manhã, ele fez xixi. Resolvi desencanar por enquanto e deixa-lo ainda de fralda à noite, até por conta do processo de desmame noturno. Já era mudança demais pra cabecinha dele. E pra minha tb.

Então, vamos por partes. Primeiro consolidar bem o desmame noturno. Ok, isso já foi. Agora é não dar mais o substituto do peito (Mucilon) de madrugada. Bem, estamos quase lá. Já é normal não termos nenhuma acordada de noite em que ele solicite o Mucilon, mas ainda acontece. E, depois de vencida essa fase, aí sim partiremos para a retirada da fralda noturna. Ou antes disso, sei lá. Vai ser quando sentir que ele realmente estiver preparado. Só espero reconhecer quando isso acontecer de fato.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sobre o desmame noturno

Voltei! Tem muita coisa pra contar, pra deixar registrado aqui (fico às vezes, no meio do dia, pensando em como poderia escrever este ou aquele assunto). Só pra falar alguns temas: desfralde, férias, início do maternal, soneca diurna, melhor amigo, quarto novo... Enfim, assunto demais e pouco tempo pra escrever. Mas não poderia deixar passar batido a semana mundial de aleitamento materno (escrevi sobre o tema no ano retrasado aqui ó) pra falar sobre um assunto que, literalmente, tirava minhas noites de sono: desmame noturno.

Mas antes queria dizer que Davi, no auge de seus quase dois anos e meio, ainda mama. E ama. Venera. Adora. E tem mais, fiz aquilo que sempre ouvi (do meu pediatra e de outras pessoas) que não seria o mais adequado: associei o peito ao sono, mais precisamente ao final de todo o ritual que o precede.

Posso afirmar com todas as letras que não me arrependo de ter feito essa associação. Foi muito menos uma estratégica bolada maquiavelicamente pela minha pessoa para garantir um rápido adormecer da cria, mas sim algo que aconteceu, instalou-se na nossa rotina de forma natural e, a meu ver, beneficiou a família toda. Foram noites sem brigas para fazer criança dormir e sem depender de outros apetrechos, como chupeta e mamadeira (que Davi nunca usou, yes!!!).

Só que isso tudo me condenou a noites e mais noites mal dormidas. Num grau e num nível literalmente desumano. Até a minha intervenção (sobre a qual já vou falar, guenta aí), só havia dormido uma noite inteira em uma semana quando o Davi tinha uns quatro meses. E isso graças ao seu polegar, pois foi nessa época que ele começou a chupar o dedo e por algum milagre secreto do universo ele não requisitou o mamá para adormecer (mentira, não foi milagre, foi a sua necessidade de sucção atendida pelo próprio dedinho). Até comemorei aqui ó, tolinha eu.

Com noites melhores e piores, passamos pelos seus dois anos de vida com uma média de três acordadas durante a noite (média alcançada com meu próprio achismo, porque nunca registrei na ponta do lápis número de mamadas noturnas). Uma noite considerada boa tinha umas duas acordadas depois que eu fosse dormir (porque às vezes ele acordava antes das 10h da noite, mas aí era irrelevante, pois não me tirava do meu soninho sagrado). Agora uma noite ruim, ruim mesmo, tinha mais de cinco acordadas. As piores foram aquelas em que eu nem percebia se estava dormindo ou se estava acordada. Era um mamar praticamente non stop. Dava de mamar deitada mesmo. Os momentos de sono e os momentos acordada se confundiam. Realmente não dava pra contar (e eu tb não queria, pois olhar as diversas vezes no relógio só para ter uma noção de tempo entre uma mamada e outra me dava uma leve deprimida).

Essa aí foi mais ou menos a nossa rotina e eu, de novo tolinha, achava que depois de dois anos (minha meta e da OMS) estava de bom tamanho e ele mesmo se desinteressaria. Achava que aos poucos o número de mamadas iria diminuir gradualmente e o desmame se daria de forma natural. Só que não. Bem, mais ou menos. O peito diurno já estava há algum tempo reduzido a uma ou duas vezes, sempre antes de dormir. Só que o noturno não diminuía; pelo contrário, aumentava.

Davi sempre comeu pouco. Ao voltar da creche, morrendo de sono, tinha preguiça ou muito cansaço para comer. Comia pouco, tomava banho e ia mamar. Apagava. Só que me solicitava inúmeras vezes à noite. Com o passar do tempo, conforme minha produção de leite diminuía, suas acordadas para mamar aumentavam. Havia sido instaurado o hábito de mamar para retornar a dormir e aí foi ladeira abaixo. Tinha fome, vontade de estar perto ou simplesmente tava afim e lá ia ele mamar. E eu deixava. Porque gostava (sim, teve uma época em que a cama compartilhada me fez um bem enorme, pois sentia muita saudade dele durante o dia e era uma forma de compensar, pra mim, essa "perda"), porque era prático, porque era o melhor pra ele, porque achava que ele estava magro demais e não podia tirar essa fonte de alimento tão rica, porque, porque, porque...

Até que aquilo tudo começou a me incomodar demais. E li um artigo que dizia que maternidade com apego não queria dizer maternidade sem limites. Senti que deveria sair de uma situação passiva para uma mais ativa. Seria melhor pra ele, para mim, para o pai, para a família toda. O esquema que havia sido implementado não estava funcionando mais.

Bolamos então uma estratégia, que segui mesmo numa semana difícil, quando o Davi torceu o pé e teve de engessar (olha aí mais um assunto pra falar aqui!). Conversaria com ele, explicando que o mamá tinha hora, somente antes de dormir. E só. Cabou. Além disso, coloquei um substituto em seu lugar, o Mucilon prontinho (sim, um industrializado que sempre tentei não dar, mas precisava ter algo para oferecer no lugar do peito porque sentia que ele tinha fome mesmo, por em geral jantar muito pouco em função do cansaço do dia na creche).

Os primeiros dias tiveram algumas resistências, mas bem menos do que imaginei. Impressionante como havia subestimado a capacidade de entendimento dele. Ao explicar o fim do mamá noturno e repetir o mesmo discurso todo dia, (todo dia mesmo, até hoje, dois meses depois de ter feito esta intervenção) vi que ele começou a assimilar a nova rotina rapidamente e aceitou o Mucilon como substituto durante nossas madrugadas. O conteúdo do Mucilon saciava sua fome e suas acordadas ficaram menos frequentes. Na última noite por exemplo, uma boa noite por sinal, não tivemos nenhuma acordada! Ele tomou Mucilon antes de dormir e outro só ao acordar de manhã, às 6h20. Mas em geral ele toma dois Mucilons durante a noite e rapidamente volta a dormir. Toma no canudo, no meu colo ou do pai (que pode dar, antes era só comigo pq peito só tenho eu).

O aleitamento materno continua e não tenho pressa para retirar. Ele ainda mama uma vez, para dormir. No final de semana, às vezes duas vezes, uma antes da soneca da tarde e outro à noite antes de dormir. Como eu disse, ele ama o peito, mesmo. Não demonstra desinteresse; pelo contrário, se eu incentivasse, ele mamaria mais. Ainda tenho leite, acho que até bastante, considerando que o Davi já tem mais de dois anos.

Mas já deu, esse tempo já passou (ou está passando). Até achei que ia ficar me sentindo meio órfã, pois sempre gostei muito. Só que não. Cheguei a me sentir um pouco nostálgica, mas não triste por estar chegando ao fim desta etapa. Na verdade, o sentimento é de conquista. Sinto que fiz mesmo o meu melhor por ele nesse sentido. Estive presente e disponível sempre que fui solicitada, mas aprendi que essa disponibilidade não pode ser desregrada nesse momento. Meu comportamento se adequou à fase da vida em que ele se encontra (não fazia sentido manter um padrão noturno de RN com uma criança de dois anos e pouco).

E assim, por enquanto, está bom. Esse esquema voltou a funcionar. Até que chegue o momento em que será necessária uma outra mudança. Meu sono agradece.