segunda-feira, 30 de maio de 2011

A odisseia de ontem


Há três meses eu não sei o que é dormir mais de 3 horas seguidas. No início foi mais difícil, mas agora meu corpo já se acostumou. E existem noites melhores e noites piores. Ontem, seria uma ótima noite, se no finalzinho ele não tivesse acordado entre a mamada das 3 e das 6. Putz, 4h30 da manhã começa o famoso rami-rami, que não chega a ser choro, mas sim uma reclamação. É ele fazendo força pra fazer cocô.

Levanto e começo a trocar a fralda, pra ver se agilizo o processo. Costuma dar certo e deu, mas deu tão certo, que foi m... no trocador, na fralda limpa, na minha mão. Foi aquela cagada que eu apelidei de explosiva. hehe E é nessas horas que eu grito: "Tiiiiide!!! Me ajuda!!!" Começamos a limpar o estrago e veio outro: uma mega golfada, com direito a leite na cabeça toda. Ai... Tudo bem, até esse momento a roupinha ainda estava limpa, nem tudo estava perdido.

E quase no final da limpeza, com fralda nova posicionada, veio o jato!  Esse é o problema com meninos; quando você menos espera, pode ser atingida. Resultado: xixi na roupa e um menino todo sujo! Eu, mortinha da silva de sono, já começando a perder a paciência, começo a rir... Esse menino me quebra, porque depois disso tudo, o danado começa a dar gargalhada, rir, conversar numa satisfação de dar gosto. rsrsrs Foi direto pra água (afinal a batalha da madrugada tinha sido perdida e só um banho completo salvava). Depois, mais um show de risada, mamazinho e quase uma hora depois, finalmente, estava dormindo na cama.

Pra vocês verem o que eu passo enquanto troco a fralda desse moleque, dá só uma olhada nas fotos abaixo. Não são de ontem, mas dá pra ter uma ideia. :-)






domingo, 29 de maio de 2011

3 meses

Meu moleque fez 3 meses na última sexta-feira, dia 27, e depois desse tempo todo já é possível ver alguns traços de sua personalidade:

- ele adora água! Desde o primeiro banho em casa, ele se comporta direitinho. Fica compenetrado me olhando ou olhando para o nada. Deixa eu lavar tudo com calma, sem pressa. Não chora e depois ainda costuma dar show de risada e conversa. Já aconteceu de eu dar banho nele só pra dar uma acalmada na dorzinha de barriga e funcionou! Ele relaxa que é uma beleza. Só não pode querer dar banho na hora da mamada, pq aí é choro certo (aconteceu uma vez e eu já aprendi, não faço mais).

- ele adora trocar fralda, ainda mais depois daquele senhor cocô. Ele já começa o show na hora que colocamos no trocador. A melhor hora é a do hipogloss. Não sei o que é, mas ele se amarra na hora que eu tô espalhando o creme. Muito engraçado! E o bom humor depois, com direito a muita conversa e gritinhos, pode durar até uma hora!

- ele quase não chora... é, eu sei, muita sorte... Vamos ver até quando isso dura. Como ele não teve até agora aquelas cólicas brabas  (só um rami-rami de madrugada, depois explico), só dá umas reclamadinhas pra mamar. Mamou, passou. Pode judiar o quanto quiser, trocar de posição, ir de um colo pro outro, que dificilmente algo acontece. E entre uma mamada e outra, dá pra deixar ele quietinho no bebê-conforto ou no moisés, que ele fica (nessa hora que eu viro a doméstica ou durmo ou dou uma olhadinha no micro).

- ele é risonho, a melhor das características. Desde a maternidade, quando dava uns sorrisinhos involuntários depois de mamar. Agora então tá melhor ainda, porque os sorrisos estão sendo mais voluntários.

Então, ganhei ou não na loteria? Eu achei que um bebê novinho dava mais trabalho; não que ele não dê, mas achei que seria pior. Mas nem tudo são flores... Depois eu conto alguns perrengues que aconteceram.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sentimentos de uma mãe de primeira postagem

Oi, você que está me lendo agora... Deixa eu me apresentar: eu sou a mãe do Davi. Não sou mais só a filha do Beto e da Miriam, a mulher do Tide, a jornalista da Petrobras... Agora eu tenho uma nova identidade: sou a mãe de um menino que se chama Davi. E para compartilhar essa jornada com pessoas queridas, resolvi criar esse espaço.

E, como estreia nesse mundo virtual, ao qual eu tenho certa preguiça (confesso), resolvi escrever sobre esse sentimento do que é ser mãe. Estava devendo isso pra uma pessoa muito especial, que colocou no papel o seu sentimento de trazer alguém ao mundo. Esse alguém era eu e essa pessoa, meu pai.

O texto do meu pai vem abaixo e o meu logo depois. Bem vindo à vida de Davi!

Ser Pai
Sua mãe estava muito animada, até mesmo excitada.
Aí veio a bomba: - To grávida!!
Normalmente demoro um pouco para responder, mas desta vez foi na lata: - Tem certeza?
Não havia nenhuma dúvida.
O que vamos fazer?
Não, não vamos tirar...mas e aí?
Não quis cortar a sua animação da sua mãe.
Falei que íamos conseguir. Tudo iria ficar bem.
Procurei arrumar uma desculpa para sair logo. Tenho que estudar, algo assim.
Quando cheguei à rua, minha cabeça latejava. Que merda!
E agora? Vou ser PAI.
Parecia que eu estava carregando uma tonelada nas costas. Fui até o ponto de ônibus.
O ônibus ta demorando. Entro no primeiro que passou e sento.
Fiquei olhando para rua, mas meus olhos não focavam em nada.
Tudo ia ficando para trás. E a cabeça doendo.
Quando dei conta o ônibus já estava no Aterro. Deixa pra lá. Deixa seguir, depois eu volto.
O ponto final é no Leblon. Aí resolvi ir até a praia. Fui andando pela calçada até o mirante.
E vi o mar. Queria que ele me falasse o que fazer. Como eu poderia ser pai? O que eu iria fazer com um bebê?
Ele não me respondeu. Só  batia na areia. E ia e vinha, repetindo as batidas. Às vezes parava, seguindo a própria vontade. Não a minha.
Neste vai e vem, o mar foi embalando minhas preocupações.
Elas adormeceram. Foram lavadas, ficaram brancas como a areia da praia.
Olhei para frente e vi o horizonte do mar. Não dá pra ver outro lado.
Cheio de possibilidades como um filho que está por vir.
É isso!
Alguém está vindo. Não consigo ver o outro lado.
Alguém está vindo. Cheio de incertezas. Mas se move segundo sua vontade.
Imenso e belo como o mar.
Voltei para casa tranqüilo. O corpo leve como quem acabou de pegar umas ondas.
E foi assim que eu mergulhei na idéia de ser Pai.


Ser Mãe

A ideia da sua existência era certa, mas sempre foi muito distante. "Filho? Ah, isso é algo pra daqui uns 10 anos...", eu dizia. O tempo foi passando e seu pai dizia que já tinha chegado a hora. Eu estava ainda na dúvida: será mesmo? Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que o momento perfeito, ou melhor, que na minha cabeça eu julgava perfeito, nunca chegaria e resolvi deixar acontecer. Dar o benefício da dúvida ao destino... O primeiro teste de farmácia negativo, o primeiro baque e a certeza de estar no caminho certo.

Quando finalmente a listrinha apareceu no bendito teste, veio a notícia: tava grávida! Tinha um serzinho dentro de mim! Risadas nervosas acompanhadas de um pai ainda incrédulo com o resultado são as minhas lembranças mais vivas daquele dia. E hoje, enquanto escrevo esse texto, com você no meu colo, percebo o quanto foi bom ter deixado o meu controle sobre as coisas de lado, de ter me deixado levar pela vida, que no final das contas me levou exatamente ao ponto onde eu queria chegar: ser Mãe.