sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Decoração de quarto de menino

Para falar do quarto do Davi, tenho que antes contar uma historinha. Quando engravidei, não havia o quarto dele. Morávamos num quarto e sala. Dormia do lado da nossa cama; primeiro no carrinho, depois em um berço desmontável. Mostrei isso aqui ó.

Só que o que eu queria mesmo era ter tido um quarto pra ele. Queria ter tido a experiência de arrumar, ajeitar, fazer um lugar especial para ele. Mesmo sabendo que ele sendo um RN passaria mais tempo no meu quarto mesmo, queria ter tido esta experiência. Acho que teria me dado mais tranquilidade por ter uma "tarefa" a fazer antes dele nascer. Me nível de ansiedade teria sido menor. Mas não rolou. O $ tempo só perimitiu que a gente se mudasse quando ele tivesse uns 10 meses.

Então, com toda essa energia de decoradora de quarto infantil reprimida, resolvi que pelo menos o quarto do Davi seria o lugar da casa com o maior nível de "acabamento". Por "acabamento" eu quero dizer que é o cômodo em que não falta mais nada para comprar e terminar de montar. Bem, quase nada, pelo menos. Tem sempre umas coisinhas a mais que podemos aprimorar.

Primeiro vou mostrar como estava o quarto alguns meses depois que chegamos, quando ele ainda tinha um berço. Depois, como está hoje, já com a caminha. E, sim, ele dorme na caminha! A única diferença em relação ao berço é que agora ele vem andando até a nossa cama no meio da madrugada para terminar seu sono noturno. Mas isso é assunto para outro post. Então, vamos às fotos!

O quarto do Davi tinha uma rede. Veio da varanda do antido apartamento. Foram muitas sonecas nessa rede, com a barra de crochê feita pela bivó... <3

Os cubos da parede foram doação da minha mãe. Já foram parte do quarto da minha irmã quando ela era adolescente! Caíram como uma luva no quarto do Davi e foram colocados pelos avós (valeu, pai! valeu, mãe!)

O lustre é uma bola de futebol e é o "culpado" pela primeira palavra do Davi. Ele apontava e dizia: "bó"!

O tapete clarinho foi comprado na feira da Gen. Glicério. Feito sob medida por um artesão. Uma pechincha e dá para lavar na máquina de lavar. Foi a solução na época para o chão gelado.

Nosso amigo leão foi presente da vó e nessa época era só decoração. Hoje, ganhou a função de lugar de castigo, bem no estilo super nanny. 

Travesseiro de menino (presente da minha tia) super "casou" com o kit berço que comprei. Aliás, encontrar esse kit berço foi uma odisseia. Acabou que me conformei com esse, mas queria algo mais colorido (não encontrei no Brasil e trazer de fora seria $$$ demais)

O kit acompanha o colchonete-trocador. Em cima, fotos do Davi bem bebezinho. 

Na parede, um adesivo para dar uma vida, adicionar uma cor.

Na entrada, desenho feito pelo meu pai. Ficou lindo!!!

Mesa de plástico que foi presente do aniverário de 1 ano. Eu colei adesivo colorido na tampa (antes era de Hot Wheels) para "harmonizar" com o ambiente


Canto dos veículos que não couberam no armário

Muitos brinquedos ficaram decorando as prateleiras. Como são coloridos, deram mais cor. E já anunciavam a transformação do quarto de bebê para um de criança

Quarto semi-colorido

Os brinquedos ficam no armário, que tem a portas de correr e é acessível ao pequeno; as bolas ficam dentro do tigre (também presente de aniversário, do melhor amigo)

Atrás da porta, um chaveiro adaptado como roupeiro

Agora, voilá! O quarto como está hoje! :-)
Mais colorido e com uma mini-cama (que era o berço)

A parte de cima da cômoda perdeu o trocador e ganhou peças de decoração

A mesa de plástico foi trocada por uma de madeira, porque ela desmontava fácil, fácil. Essa mesa aguenta melhor o "tranco" de um menino de 2 anos e meio. 

Livros saíram do quadrado da parede e agora ficam numa prateleira, logo ali em cima da mesa; e ao lado está um quadro-negro, que também é imã

Tem também livros do outro lado do quarto e o leão-castigo

Decór fófis

As bandeirinhas com o nome dele logo acima das fotos acrescentaram cor na parede branca

O tapete foi trocado por um mais colorido, comprado no ebay

A roupa de cama +almofadas + bandeirinhas foram feitas sob medida num ateliê aqui do Rio. O abajur de passarinho foi presente da vó e a mesa de cabeceira em breve vai ganhar um rádio para tocar CD e mp3 (aliás, é difícil achar um que toque as duas coisas)

A grande perda do quarto foi a rede, mas gosto muito mais assim, colorido. Sem tema específico, mas com cara de quarto de menino "gande"! :-)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sobre desfralde

A pessoa nasce e se adapta a toda uma vida de acessórios que atendem suas necessidades. Ela só conhece ser daquela forma até que chegam os dois anos. E aí tem que se desfazer da fralda, do berço, do carrinho, da chupeta, da mamadeira. É um período de adaptação e eles saem da fase bebê para a fase criança.

Posso dizer que estava tensa com essas mudanças. Como tirar fralda de um ser humano que desde que nasceu só sabe fazer suas necessidades quando bem entender? Como praticamente nunca ficou assado (muito raramente só um vermelhinho), imagino que a fralda era um conforto para ele. E, como escrevi aqui, pra gente também era.

Só que um dia veio um comunicado da escola. Queriam começar a tirar a fralda do Davi. A psicóloga julgava-o maduro o suficiente para tal. E queriam saber se a gente topava ir adiante, pois não adiantava começar na escola e, em casa, ele seguir de fralda o dia inteiro. Davi tinha dois anos e pouco, acho que dois anos e dois meses.

Fiquei tensa, conversamos com eles. E decidimos seguir adiante. Na segunda-feira seguinte começaria o desfralde na escola. Preparamos o arsenal (quatro mudas de roupa, incluindo camisas, shorts, meias e cuecas) e um outro tênis na mochila. Só que resolvi começar em casa, no sábado, para ver como ele iria se comportar. Se estivesse muito complicado, voltaria atrás na escola e pediria mais tempo para ele.

E para minha surpresa, foi fácil. Moleza. Tranquilíssimo. Fiquei de cara, boba mesmo.

A tentativa que havia feito há alguns meses atrás tinha sido meio ruim e por isso voltei atrás. Só que dessa vez não foi. Realmente ele estava pronto. Aceitou todas as vezes que o levamos ao banheiro, inclusive para fazer número dois. Só tivemos uma escapada no final de semana inteiro, logo depois que ele comeu melancia (aí também já seria esperar demais). Uma vez tirada a fralda, não colocamos mais. Nem pra soneca da tarde. E a semana na escola também ocorreu de forma tranquila. Foram poucas escapadas e logo já não era mais necessário mandar aquele arsenal todo.

No início, Davi não pedia para ir ao banheiro, mas aceitava que a gente o levasse. E levava TODA hora. Até que começamos a espaçar os intervalos. E ele passou a “pedir”: segurava o peru e olhava pra gente. Daí, corríamos pro banheiro e era certeiro. Engraçadíssimo! E uma mãe de um coleguinha dele da escola falou que o mesmo acontecia com o filho. Será coisa de menino? E é impressionante como eu e o pai sabíamos ler a expressão dele, que informava que tava na hora de ir ao banheiro.

Desde então os livros se tornaram a melhor ferramenta no banheiro. Foi uma ótima estratégia, porque o chamava para ler um livro quando sentia que estava soltando muito pum (thanks for sharing... :-/ ) ou logo depois de uma refeição (tipo passarinho; comeu, cagou). Hoje em dia ele mesmo pede o livro se sente que vem algo diferente.

Aliás, hoje, passados uns meses desde o desfralde diurno, ele já pede mesmo, com todas as letras. “Mamãe, quer fazer xixi”. Fofo. E ainda espera um pouquinho. Não precisamos mais daquela sangria desatada de sair correndo pra leva-lo ao banheiro. Dá para achar um banheiro (se estivermos na rua) e leva-lo com calma.

E posso dizer que foi um alívio, uma benção, uma dádiva não ter mais que limpar fralda suja. Ainda mais de número dois! E nosso bolso também agradeceu, pois o consumo de fralda caiu vertiginosamente.

Porém não atingiu ainda o zero. Davi ainda dorme de fraldas. O desfralde noturno são outros 500. Até tentei umas duas noites deixa-lo sem a bendita fralda (pq em alguns dias a fralda amanhecia seca), mas no final da madrugada, lá pelas 4 da manhã, ele fez xixi. Resolvi desencanar por enquanto e deixa-lo ainda de fralda à noite, até por conta do processo de desmame noturno. Já era mudança demais pra cabecinha dele. E pra minha tb.

Então, vamos por partes. Primeiro consolidar bem o desmame noturno. Ok, isso já foi. Agora é não dar mais o substituto do peito (Mucilon) de madrugada. Bem, estamos quase lá. Já é normal não termos nenhuma acordada de noite em que ele solicite o Mucilon, mas ainda acontece. E, depois de vencida essa fase, aí sim partiremos para a retirada da fralda noturna. Ou antes disso, sei lá. Vai ser quando sentir que ele realmente estiver preparado. Só espero reconhecer quando isso acontecer de fato.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sobre o desmame noturno

Voltei! Tem muita coisa pra contar, pra deixar registrado aqui (fico às vezes, no meio do dia, pensando em como poderia escrever este ou aquele assunto). Só pra falar alguns temas: desfralde, férias, início do maternal, soneca diurna, melhor amigo, quarto novo... Enfim, assunto demais e pouco tempo pra escrever. Mas não poderia deixar passar batido a semana mundial de aleitamento materno (escrevi sobre o tema no ano retrasado aqui ó) pra falar sobre um assunto que, literalmente, tirava minhas noites de sono: desmame noturno.

Mas antes queria dizer que Davi, no auge de seus quase dois anos e meio, ainda mama. E ama. Venera. Adora. E tem mais, fiz aquilo que sempre ouvi (do meu pediatra e de outras pessoas) que não seria o mais adequado: associei o peito ao sono, mais precisamente ao final de todo o ritual que o precede.

Posso afirmar com todas as letras que não me arrependo de ter feito essa associação. Foi muito menos uma estratégica bolada maquiavelicamente pela minha pessoa para garantir um rápido adormecer da cria, mas sim algo que aconteceu, instalou-se na nossa rotina de forma natural e, a meu ver, beneficiou a família toda. Foram noites sem brigas para fazer criança dormir e sem depender de outros apetrechos, como chupeta e mamadeira (que Davi nunca usou, yes!!!).

Só que isso tudo me condenou a noites e mais noites mal dormidas. Num grau e num nível literalmente desumano. Até a minha intervenção (sobre a qual já vou falar, guenta aí), só havia dormido uma noite inteira em uma semana quando o Davi tinha uns quatro meses. E isso graças ao seu polegar, pois foi nessa época que ele começou a chupar o dedo e por algum milagre secreto do universo ele não requisitou o mamá para adormecer (mentira, não foi milagre, foi a sua necessidade de sucção atendida pelo próprio dedinho). Até comemorei aqui ó, tolinha eu.

Com noites melhores e piores, passamos pelos seus dois anos de vida com uma média de três acordadas durante a noite (média alcançada com meu próprio achismo, porque nunca registrei na ponta do lápis número de mamadas noturnas). Uma noite considerada boa tinha umas duas acordadas depois que eu fosse dormir (porque às vezes ele acordava antes das 10h da noite, mas aí era irrelevante, pois não me tirava do meu soninho sagrado). Agora uma noite ruim, ruim mesmo, tinha mais de cinco acordadas. As piores foram aquelas em que eu nem percebia se estava dormindo ou se estava acordada. Era um mamar praticamente non stop. Dava de mamar deitada mesmo. Os momentos de sono e os momentos acordada se confundiam. Realmente não dava pra contar (e eu tb não queria, pois olhar as diversas vezes no relógio só para ter uma noção de tempo entre uma mamada e outra me dava uma leve deprimida).

Essa aí foi mais ou menos a nossa rotina e eu, de novo tolinha, achava que depois de dois anos (minha meta e da OMS) estava de bom tamanho e ele mesmo se desinteressaria. Achava que aos poucos o número de mamadas iria diminuir gradualmente e o desmame se daria de forma natural. Só que não. Bem, mais ou menos. O peito diurno já estava há algum tempo reduzido a uma ou duas vezes, sempre antes de dormir. Só que o noturno não diminuía; pelo contrário, aumentava.

Davi sempre comeu pouco. Ao voltar da creche, morrendo de sono, tinha preguiça ou muito cansaço para comer. Comia pouco, tomava banho e ia mamar. Apagava. Só que me solicitava inúmeras vezes à noite. Com o passar do tempo, conforme minha produção de leite diminuía, suas acordadas para mamar aumentavam. Havia sido instaurado o hábito de mamar para retornar a dormir e aí foi ladeira abaixo. Tinha fome, vontade de estar perto ou simplesmente tava afim e lá ia ele mamar. E eu deixava. Porque gostava (sim, teve uma época em que a cama compartilhada me fez um bem enorme, pois sentia muita saudade dele durante o dia e era uma forma de compensar, pra mim, essa "perda"), porque era prático, porque era o melhor pra ele, porque achava que ele estava magro demais e não podia tirar essa fonte de alimento tão rica, porque, porque, porque...

Até que aquilo tudo começou a me incomodar demais. E li um artigo que dizia que maternidade com apego não queria dizer maternidade sem limites. Senti que deveria sair de uma situação passiva para uma mais ativa. Seria melhor pra ele, para mim, para o pai, para a família toda. O esquema que havia sido implementado não estava funcionando mais.

Bolamos então uma estratégia, que segui mesmo numa semana difícil, quando o Davi torceu o pé e teve de engessar (olha aí mais um assunto pra falar aqui!). Conversaria com ele, explicando que o mamá tinha hora, somente antes de dormir. E só. Cabou. Além disso, coloquei um substituto em seu lugar, o Mucilon prontinho (sim, um industrializado que sempre tentei não dar, mas precisava ter algo para oferecer no lugar do peito porque sentia que ele tinha fome mesmo, por em geral jantar muito pouco em função do cansaço do dia na creche).

Os primeiros dias tiveram algumas resistências, mas bem menos do que imaginei. Impressionante como havia subestimado a capacidade de entendimento dele. Ao explicar o fim do mamá noturno e repetir o mesmo discurso todo dia, (todo dia mesmo, até hoje, dois meses depois de ter feito esta intervenção) vi que ele começou a assimilar a nova rotina rapidamente e aceitou o Mucilon como substituto durante nossas madrugadas. O conteúdo do Mucilon saciava sua fome e suas acordadas ficaram menos frequentes. Na última noite por exemplo, uma boa noite por sinal, não tivemos nenhuma acordada! Ele tomou Mucilon antes de dormir e outro só ao acordar de manhã, às 6h20. Mas em geral ele toma dois Mucilons durante a noite e rapidamente volta a dormir. Toma no canudo, no meu colo ou do pai (que pode dar, antes era só comigo pq peito só tenho eu).

O aleitamento materno continua e não tenho pressa para retirar. Ele ainda mama uma vez, para dormir. No final de semana, às vezes duas vezes, uma antes da soneca da tarde e outro à noite antes de dormir. Como eu disse, ele ama o peito, mesmo. Não demonstra desinteresse; pelo contrário, se eu incentivasse, ele mamaria mais. Ainda tenho leite, acho que até bastante, considerando que o Davi já tem mais de dois anos.

Mas já deu, esse tempo já passou (ou está passando). Até achei que ia ficar me sentindo meio órfã, pois sempre gostei muito. Só que não. Cheguei a me sentir um pouco nostálgica, mas não triste por estar chegando ao fim desta etapa. Na verdade, o sentimento é de conquista. Sinto que fiz mesmo o meu melhor por ele nesse sentido. Estive presente e disponível sempre que fui solicitada, mas aprendi que essa disponibilidade não pode ser desregrada nesse momento. Meu comportamento se adequou à fase da vida em que ele se encontra (não fazia sentido manter um padrão noturno de RN com uma criança de dois anos e pouco).

E assim, por enquanto, está bom. Esse esquema voltou a funcionar. Até que chegue o momento em que será necessária uma outra mudança. Meu sono agradece.