terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Maternidade intuitiva

Antes do Davi nascer, tentei me informar ao máximo que pude sobre maternidade. Mas também não fiquei sequelada. Li algumas coisas, mas não devorei livros, livros e mais livros. Confesso que enquanto estive grávida, fiquei muito mais interessada em saber coisas relacionadas à gravidez, às mudanças pelas quais meu corpo estava passando, aos estágios de desenvolvimento do bebê dentro de mim. Vivi intensamente o presente e "esqueci" um pouco a etapa seguinte. Li alguma coisa, mas não muito.

Daí que em questões polêmicas, não tinha muito posicionamento firmado a priori. Fui lendo sobre cada questão conforme ia me deparando com ela. Um exemplo disso foi a coisa da chupeta: dar ou não?  Resolvi que não ia dar, Davi pegou o dedo e um monte de gente criticou. "Esse menino vai chupar dedo até ficar velho e mega dentuço". Era mais ou menos um resumo do que eu ouvia. Dentre todos os prós e contras da questão, decidi. Eu (e marido, mas mais eu) escolhi. Não dei. Assumi a escolha e todos os riscos envolvidos. E Davi me larga o dedo agora, há mais ou menos um mês. E posso confessar uma coisa?  Não gostei muito não. O dedo acalmava, relaxava, fazia dormir facilmente. Agora só o peito salva.

Agora, mais uma questão se apresenta. O sono e a cama compartilhada. Já tinha expressado minha opinião sobre o assunto. E sempre sou questionada quando comento que o Davi começa a noite no berço dele e termina na minha cama. Tem gente que fala que pode acabar com a intimidade do casal, que pode criar uma criança insegura e dependente, que pode ocasionar acidentes. Enfim, já ouvi de tudo. Até estou evitando de falar isso quando o assunto aparece para não ter que ficar me explicando, seja pro pediatra, pra minha mãe ou até mesmo pra um estranho (sim, porque palpiteiros não respeitam intimidade - ou falta de).

Só que nesse caso eu também já me posicionei. Marido até chegou a querer vacilar nesse assunto e me questionou. Só que ele é o primeiro a pegar o Davi quando ele chora no quarto e a levar para a nossa cama. Entendeu as minhas razões, a minha escolha e topou. O problema é que nos últimos dias o Davi tem dormido (no peito, porque ele dorme mamando, mesmo que o recomendado não seja esse) e não aceita ser colocado no berço logo depois. Quer ficar direto no colo, até a hora em que vou para a cama. Aí, complicou. O tempo em que ele dormia no berço antes de ir para a minha cama eram providenciais: dava atenção para o Tide, ajeitava a casa, arrumava a mochila da creche, jantava. Achei que tinha criado um monstro. Mas nas últimas duas noites, já começou a aceitar o berço de novo e retomamos nossa rotina de sono. Assim espero.

Tudo isso para dizer que, mesmo não sabendo nada do que é ser mãe, afinal estou passando por isso pela primeira vez, eu tento fazer as melhores escolhas. Me informo e escolho. Essas escolhas, que tem uma boa dose de embasamento, de informação, têm também muita intuição por trás. Até porque as questões polêmicas são polêmicas porque tem gente advogando dos dois lados. Então, a escolha no final das contas é da mãe, que pondera uma variável que os experts (e principalmente os palpiteiros de plantão) nunca vão considerar: o seu filho.

2 comentários:

**ferdi** disse...

certíssima, Lizandra! Eu tb me concentrei mais na gravidez e nas coisas todas que estavam mudando ali do que no que viria depois. Já era muita novidade, né? First things first!

A mãe e o pai são mesmo as melhores pessoas pra saber o que é melhor pro seu filho. E vc é uma maezona, danada! =)

No mato sem cachorro disse...

Que legal! Acho que o molequinho anda querendo é mais espaço, mais privacidade, afinal, ele ganhou um quarto só dele, vai desperdiçá-lo?! E quanto ao dedo, vc estava certa, e o molequinho se mostrou mais uma vez um ser que quer independência! Caramba! O que será que vem mais por aí? bj, super mãe!