sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pede pra sair


Sabe aquele dia em que tudo dá errado? Dia não. Semana, mês, ano, era geológica! Então, assim que tô me sentindo. Nada do que eu faço é bom pra nada. Profissional de m2$%*, dona de casa de m&#@$, esposa de m!$&$# e mãe de m*@%*.

Tudo começou com a dor nas costas do marido, que simplesmente o paralisou por alguns dias. Faz exame, vai no médico, vai no bruxo (um cara amigo da gente que faz acupuntura, mas que segundo a minha avó ele tem um pezinho na bruxaria). Melhora... e depois piora de novo. E também tem de tirar os pontos da boca (porque, né, não bastava a dor nas costas, ele tinha de fazer uma cirurgia na boca que está adiando há mais de um ano na semana em que ele está todo entrevado).

Então, eu me atraso para o trabalho. Esbaforida, deixo a cria na creche. Sim, é dia do baile de Carnaval. Não, não vou curti-lo com o rebento. As tias da creche é que vão se esbaldar com meu mini-palhacinho. Eu tenho de ir trabalhar. Humpf. Chego atrasada para uma reunião que tive a “sorte” de adiantar uma hora. Reunião daquelas típicas, que um e-mail bastava para resolver (já deu pra sentir o quanto eu aaaamo uma reunião “produtiva”). Vou almoçar no refeitório da empresa, pra ser rápida. Tem pastel (coisa que nunca tem, fritura é abominado pela área de saúde da empresa). Mas é de queijo. Eu odeio queijo. Então vou comer só as bordinhas. Mas também já tinha acabado. Maravilha.

Pego o carro e vou pra uma reunião no Centro da Cidade. Engarrafamento monstro já na quinta-feira pós-almoço, um anúncio do trânsito pré-feriado. Não dá pra ir direto, afinal não tem lugar decente pra estacionar no centro. Resolvo ir pra uma estação de metrô perto de casa e fico quase meia hora procurando vaga. Pego o metrô em direção ao Centro e sigo pra reunião com um atraso de quase uma hora. Outra reunião daqueeeelas, que eu amo de paixão. Ah se aquele povo escutasse o que eu tava pensando durante a reunião... Quando eu acho que terminou e penso: êba, vai acabar cedo e vou conseguir passar na depilação para eu estar “Liza” no Carnaval – pausa pra eu admirar este meu trocadalho do carilho ridículo – , não terminou. “Fica aí que tem aquele outro assunto, lembra?”. Putz. Eu fico. E lá vai mais quase uma hora de reunião super útil.

Saio esbaforida pra pegar o metrô, pegar o carro e depois pegar o moleque na creche. Em casa, confiro o trabalho dos instaladores de móveis. Como o chão do quarto é torto (sentimento de amor e ternura para meu pedreiro) e o armário tinha de ficar reto para que as portas de correr funcionassem bem, a porta do quarto é que está “torta”. Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada... Começo a cantar esta musiquinha na minha cabeça, enquanto marido acha que a culpa daquela tortura toda é minha, afinal fui eu que resolvi comprar o pacote completo do quarto (sentimentos de amor e ternura para meu companheiro). E a cabeceira com as mesinhas não cabe! Tem uma coluna de um dos lados da cama, se colocar a mesinha, vai ficar uma mais pra frente do que a outra. Delícia. E a porta do armário baixinho bate nessa coluna. Delícia, assim você me mata.

Moços queridos da montagem vão embora. Banho na criatura e peito para dormir. Quem falou em dormir? Davi dorme todo santo dia no mesmo horário, entre 7h30 e 8h. Resolveu que queria brincar até depois das 9h. Maravilha. Escolheu o dia certo. Brinca, brinca, brinca e finalmente dorme às 9h30, no sofá da sala. Aproveito para ajeitar a bagunça que está o quarto dele, local que virou depósito para que o quarto de casal estivesse vazio para a montagem dos móveis. Dona Maria mode on.

Daí eu lembro que eu tenho que comer, né? Abro a geladeira e vem um futum de podre. Não, não é fralda do Davi, vem lá de dentro. Marido não identifica o que está fedendo e joga tudo fora. “Sobrou pão, cream cracker e manteiga”. Ai... Não, peraí, o mundo ainda tem salvação! Sobrou uma pêra. Esse é o meu jantar. Melhor dormir pra não dar mais nada errado.

Acordo antes do sol nascer (isso é todo dia porque praticamente madrugo no trabalho, mas hoje foi especialmente difícil por conta dos últimos acontecimentos). Vou ao banheiro e, claro, a privada entope. Maravilha. Venho trabalhar e esqueço que estou com a chave e o documento do carro na minha bolsa. Ouço elogios lindos do marido por conta desse esquecimento. Empregada manda mensagem dizendo que vai se atrasar, logo no dia em que a casa está mais precisando dela. Cereja do bolo. Mais uma reunião incrível hoje de manhã e me preparando psicologicamente para pegar o trânsito do feriado.

Pode pedir pra sair, Capitão Nascimento?

3 comentários:

No mato sem cachorro disse...

E disto tudo saiu um excelente texto e a certeza de que amanhã será diferente, melhor com certeza porque este é o nosso desejo. Bj, estamos chegando pra catar os cacos e dar uns amassos neste palhacinho.

Carol disse...

eta nós!

mas fica tranquila que o carnaval vem aí e o descanso merecido está próximo (ih, mas descanso com filho pequeno, quem tem?).

segunda a gente toma suquinho com os pequenos e ri disso tudo, prometo!

beju beju

Anônimo disse...

Liza, gosto muito do seu blog. Sua família é linda, parabéns!!! Já assisti todos os vídeos de Davi, uma graça.