terça-feira, 8 de maio de 2012

Na turma dos grandes

Davi "passou de ano". Quer dizer, mudou de turma no berçário. Agora já não habita mais a turma dos pequenos, onde as professoras só entravam com pantufas para não sujar o chão, onde os "alunos" mais se arrastam do que andam, onde mamadeiras e chupetas são recursos usuais para acalmar a criançada (menos pro Davi, que não usa nenhum dos dois - com exceção da casa da avó, onde mamadeira de suco ou mate é semi-permitida, porque, né, casa da vó pode "quase" tudo). Está há quase duas semanas na turma dos grandes, dos bípedes mega desenvoltos, que sobem, descem, dançam, atiram objetos, praticamente uma savana africana com várias mini-feras soltas. Tive apreensão pelo pequeno que mal aprendeu a andar e já seria atirado aos animais selvagens do BII.

Além disso, as cuidadoras eram outras, outro vínculo teria de ser formado. E ele já estava super apegado a uma delas, a tia Débora. Quando estava com problemas pra comer, a chamavam para resolver. Ele se atirava no colo dela ao chegar na creche, às vezes nem dava trela pra gente. Normalmente, quando ia buscar, ele estava no colo dela ou perto dela. Já cheguei de mansinho, sem as pessoas me verem, e a via dando beijo, tratando com carinho. No aniversário dele, ela foi e ele se abriu todo em sorrisos e gargalhadas. E isso tudo me confortava. Sabia que ele estava bem, que não só estava sendo limpo, alimentado e trocado, mas também estava sendo cuidado com muito carinho. Agora, na nova turma, um novo vínculo com as cuidadoras terá de ser mudado.

A transição que seria no começo de abril foi adiada pelo aparecimento de uma criança com herpangina na turma dos grandes. A adaptação teve de ser interrompida para não ter interação entre turmas e evitar contágio com crianças ainda não expostas. Achei ótimo, porque coincidiu com uma semana em que o próprio Davi estava doente e tive que ficar com ele um dia em casa. Depois desses percalços, a transição aconteceu. Uma adaptação parecida com a que ele teve assim que chegou na creche: uma hora na turma nova no primeiro dia, tempo que foi aumentando progressivamente até ficar o dia inteiro no final da semana.

A transição pareceu ter corrido tranquilamente, mas nos últimos dois dias da semana de transição entre turmas o sono dele ficou muito, mas muito ruim. Queria mamar non stop madrugada adentro e ficava agitado enquanto dormia. Tive que levantar e embalar em pé até ele pegar no sono, coisa que nunca tinha feito antes. Ainda bem que foram só dois dias. O pai foi quem notou a possível ligação entre esses acontecimentos e a mudança de turma. Bingo! Era isso mesmo. Criança acaba se expressando de alguma forma e tínhamos matado a charada.

O sono já voltou ao normal (que não é a noite toda, infelizmente) e hoje foi uma boa noite (acordei só uma vezinha, às 4h15 da manhã, que maravilha!... nunca pensei, antes de ser mãe, que comemoraria algo assim... hehehe).

Mas ele ainda está estranhando a creche. O pai já tinha me alertado que o Davi chorava quando ele o deixava na creche. E ontem, quando tive de levá-lo no lugar do pai, pude presenciar. Horrível. Muito ruim. Quase chorei junto. Não é um choro descontrolado. Aliás, nem é um choro. É uma reclamação, um beicinho, uma cara de gatinho do Shrek, de garoto menor abandonado, que dura uns 30 segundos, até a professora distraí-lo com um brinquedinho. Mas é de cortar o coração...

Sei que é uma fase, até ele se apegar à nova professora, mas mesmo assim fico com a maior dó. Tão pequeno e já passando por experiências de separação. A tia Débora sempre o visita (ontem mesmo ela estava lá, na turminha dos grandes, matando as saudades na hora em que cheguei), mas é sempre algo rapidinho, para não prejudicar a adaptação dele na nova turminha. Queria que ela seguisse, que trocasse de turma, junto com ele, só para ele se sentir melhor...

Tirando esses acontecimentos, a adaptação dele até foi tranquila. Segundo as tias da nova turma, ele fica bem o dia inteiro, não chora, gosta das atividades, que são muito mais agitadas do que na outra turminha. A turma dos mais velhos tem muito mais tempo de pátio e as atividades em sala demandam mais interação. Daqui a pouco ele vai estar amando a nova professora. Questão de tempo.  


5 comentários:

Coisas de Tássia disse...

Sabe que também fiquei apreensiva quando minha filha trocou de nível (chamam assim na escolinha que ela vai). Mas passa e é muito legal ver o desenvolvimento deles nestas novas etapas da vida, pensava o mesmo em como ela sobreviveria em uma "terra de gente grande", mas depois vi quanto era bom. Uma boa adaptação para vcs!

Bjos

Carol disse...

querida, Lucão tb está em adaptaçao na turma dos grandes e olha que nem anda ainda! mas como já é mto ativo e dorme só uma sonequinha o dia todo, precisa de mais estimulos - que a sala dos maiores já tem.

ele ainda tá adaptando, mas sabe que tem ficado numa boa? Vamos ver qdo eu tiver que entregar diretamente pra outra cuidadora (a paixao dele é a Tia Lorena, uma coisa, um amor, ele vai com ela sem nem olhar pra trás, hehehe)

beijos e boa sorte na nova fase!!

No mato sem cachorro disse...

Talvez esta tenha sido a primeira grande perda do Davi, hein? A tia Débora. Mas isto é a vida, e outras perdas virão, não tem jeito não. Eu ainda me lembro da minha primeira professora e de quão ruim foi passar pro segundo ano primário com outra professora (xiii, faz tempo!). Mas os afetos vão se somando e desamparado ele nunca esteve, tem pais que o amam muito e avós... (xiii, que saudade dele!).

Liza Souza disse...

Dá dó mesmo, Liza! Mas, ele tem que aprender a lidar com as perdas da vida desde pequeno. Crescer dói um bocado, né? A gente, que é mae e ama com um amor sem explicacao, sofre demais com isso, mas essa transicao só vai trazer coisas boas pra ele. E certamente ele vai se acostumar antes do que voce pensa. Ah, pode ficar com inveja de acordar só uma vez a noite? Eu comemoro quando acordo três. ;)
Beijos

Ju disse...

Ahhh tadinho! E agora? como está? já melhorou?? beijos, ju