quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Olhar de sol poente

Com mais um mês completo, Davi foi de novo ao pediatra e tomou as vacinas. Dessa vez, nenhuma reação (ufa, nada de febre...) e ainda encontrei uma colega de trabalho que também tinha tido bebê no posto de vacinação. E no pediatra, tudo bem também (ufa de novo...). Davi está gordão (7,650kg), grandão (66cm) e cabeçudão (43cm)! hehehe Só que durante a visita ao pediatra, Tide comentou com o médico do meu blog. Ai, que vergonha... Sei lá, sei que escrevo para que as pessoas leiam, mas fico com vergonha quando o Tide comenta assim com alguém, ainda mais com o pediatra. Daí, que o Dr. Eduardo emendou: "a história do olhar de sol poente está lá?"

É, ainda não tinha contado porque foi antes do blog nascer, quando o Davi tinha uns dois meses e pouquinho. Estávamos aqui em casa, com o Davi no colo, tudo super tranquilo. Tinha acabado de passar pela aquela fase de substituição temporária do leite materno pelo leite em pó do mal. De repente, Davi deu um mega grito, coisa que ele não tinha feito antes e depois ficou mudo. Olhei para ele e o achei meio pálido, roxinho quase. Chamei o Tide e ele achou a mesma coisa na mesma hora. Logo depois o Davi corou e começou a se mexer e a dar suas "faladas", só que o pai não pestanejou: o jeito era levar o Davi ao hospital imediatamente. Na hora, fiquei com uma pulguinha atrás da orelha, achando que o episódio não era nada de mais, até porque ele ficou normal alguns segundos depois. Mas não queria contar com o ovo no c... da galinha; então, nem o questionei e corremos para o atendimento pediátrico de emergência que o Dr. Eduardo tinha recomendado para a gente.

Chegando lá, fomos atendidos por uma pediatra que examinou o Davi de cabo a rabo: reflexos, batimentos cardíacos, barriguinha, tudo, tudinho. E ela achou que o Davi estava com olhar de sol poente, um olhar baixo, tipo de peixe morto, de Capitu, o que poderia ser indicativo de algum problema neurológico sério (aliás, que problema neurológico não é sério?). Ela perguntou para a gente se já tínhamos observado esse olhar baixo do Davi e o Tide afirmou que já, mas acho que ele ficou um pouco sugestionado pela médica. Eu respondi que não tinha visto ele com olhar baixo a não ser quando estava realmente olhando para baixo, ora. Minha pulguinha atrás da orelha continuava a me dizer que essa mulher só podia estar errada, mas afinal ela era médica e tinha estudado para isso. "Para tirar a dúvida, seria bom que ele fizesse uma ressonância magnética hoje à noite ainda." Oi? Ressonância? Meu filho num túnel para fazer um mega exame desses, super invasivo, já que ele teria de ser anestesiado para ficar parado durante o procedimento? Afe, morri...

Ligamos para o nosso pediatra e o colocamos em contato com a médica da emergência. Ele nos tranquilizou afirmando que nunca tinha visto o Davi com esse olhar de sol poente, mas que como a colega tinha achado isso, era melhor checar através de uma ultrassonografia transfontanela no dia seguinte e não com uma ressonância de emergência. Essa ultra seria feita da mesma maneira como daquelas que fiz durante a gravidez, só que na cabecinha dele (nada de anestesia, só gelzinho gelado na cabeça). Como os ossos do crânio de um bebê ainda não estão colados, seria possível enxergar o cérebro do Davi através da moleirinha dele e saber se tinha alguma coisa errada. E como ele já estava normal, corado, sem sentir dor, febre ou qualquer coisa fora do comum, poderíamos fazer este exame no dia seguinte, com calma, e depois passaríamos do consultório dele.

Fiquei bem mais tranquila, mas só estaria realmente aliviada no dia seguinte. Mal acordamos, fomos direto tentar um encaixe para este exame. Depois de algumas horas esperando e do exame realizado, estava tudo bem. Nada de anormal na ultra do Davi. Seguimos para o pediatra, que examinou o Davi e constatou que a outra médica estava vendo pêlo em cabeça de ovo equivocada. Ai, que alívio, por mais que no fundo eu já soubesse. Acho que acabamos nos precipitando em levar o Davi correndo para o hospital,. É bastante provável que ele só tenha dado um gritinho mais forte e nós o achamos pálido na iluminação precária da nossa sala. Mas quem disse que na hora eu tive peito para garantir isso na hora? Melhor garantir que estava tudo certo mesmo, e estava.

Esse susto só foi bom por uma coisa. Pelo nosso pediatra. Serviu para pegar confiança. Ligamos para ele váaaaarias vezes naquele dia à noite e no dia seguinte. E olha que já tínhamos alugado bastante o ouvido dele durante a fase de substituição da amamentação. Sempre nos atendeu super bem, sempre disponível. Quando não atendia de imeadiato, retornava logo em seguida. Achei também muito legal o fato dele não ter apoiado um teste invasivo no Davi logo de cara e de ter nos tranquilizado, mas sem descartar nenhuma possibilidade de resultado (bom ou ruim). E outra: ele sempre lembra desse e de outros detalhes da vida médica do Davi, o que dá uma sensação boa de saber que não somos somente um número para ele, que ele o conhece e se lembra da gente. Enfim, saldo positivo de uma experiência nada positiva.  

2 comentários:

No mato sem cachorro disse...

E assim vamos conhecendo as pessoas... Que bom termos mais um grande aliado. bj

Narcisa disse...

E essa carinha dos 5 meses aí do lado é de que?? De SOL NASCENTE, claro!!