quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ansiedade

Hoje é dia 1o de setembro. Mês que vem eu volto a trabalhar. Mais exatamente no dia 3 de outubro. Tensão. Ansiedade. Vontade de que chegue logo e que não chegue nunca. Dá para entender? É, eu sei que é difícil, mas deixa eu tentar explicar.

É uma delícia ficar com o Davi o dia inteiro, não me entendam mal, mas sinto falta de tanta coisa do tempo em que ele ainda não existia ou habitava a minha barriga. Sinto falta de conversar sobre assuntos variados com outros adultos e de preferência com o meu tom de voz (falo o dia inteiro com o Davi com uma vozinha aguda que às vezes eu tenho a impressão de que até o Davi já cansou). Sinto falta de almoçar com calma, escolhendo meu prato sem ter a pressa de acabar rápido e ir andar logo com o carrinho para o Davi parar de raclamar. Sinto falta de me arrumar, nem que seja uma meia arrumação para ir ao trabalho, bem diferente dos modelitos que tenho usado nos meus dias de dona de casa.

Ao mesmo tempo, já tô sofrendo por antecipação com a separação que vamos ter daqui a um mês. Não vai dar mais para dar peito a todo momento (como eu ainda tô fazendo, mas lutando para não fazer para o Davi não sentir muito quando for para a creche). Não vai dar mais para colar ele nimim e dormir agarrado o soninho da tarde, como eu fiz hoje, por exemplo. Não vai dar mais para ficar horas e horas brincando e fazendo ele rir, pelo menos durante a semana. Não vai dar mais para estar presente a cada passo do seu desenvolvimento e posso perder os primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro abraço e o primeiro beijo (sem ser o beijo que ele já dá, de encostar a boca dele na nossa bochecha, que é mais um instinto de mamar do que qualquer outra coisa). A convivência mais chegada será nos finais de semana. Durante a semana, no horário que vou buscá-lo na creche, vai ser só o tempo de dar janta, banho e colocar para dormir (hoje, o Davi dorme por volta das 20h e vou tentar manter este horário).

Além disso tudo, tô ansiosa pela mudança de casa, pela obra que estamos prestes a enfrentar (porque eu encaro isso como um enfrentamento meeeesmo), pela nova rotina que eu terei que criar para tentar e não conseguir dar conta de todos os meus afazeres profissionais, domésticos, de mãe e de mulher. Vou tentar manter a calma, mas não vejo a hora de chegar o mês de dezembro ou janeiro, quando imagino que já estarei na casa nova e com a nova rotina rodando rendonda.

3 comentários:

Ju disse...

Muitos desafios pela frente, né? E um misto de sensações que aparentemente são contraditórias, mas que fazem muito sentido para mim! Quando vc voltar, não estarei aqui ...
beijos, ju

**ferdi** disse...

Calma que vai dar tudo certo. Esse negócio de ser mãe e não deixar de ser profissional, adulta, etc e tal e muito complicado, mas vc vai tirar de letra, tenho certeza.

E depois me ensina ;)

No mato sem cachorro disse...

Pronto... vc está completamente inserida neste mundo de responsas múltiplas da tribo mulher, mas a maior recompensa, tirando estas pequeninas e deliciosas, do beijo, do abraço, do caminhar do filhote, etc, etc, etc, será daqui a 28 anos, quando vc vir que seu bebezinho virou um adulto da melhor qualidade! Isto vale qualquer sacrifício e todos os investimentos. Beijão.