quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mãe que amamenta

Eu sou uma mãe que amamenta. Ainda, como teimam em completar algumas pessoas. Meu filho tem 1 ano e 1 mês e continuo na função de vaca leiteira. E mais, coloquei uma meta pra mim mesma (que por sinal é igual da OMS e seis meses menor do que o recomendado o meu pediatra): vou tentar amamentar o meu filho por dois anos.

Como eu disse, esses dois anos de amamentação são uma meta e não um prazo, um deadline. Quero cumprir e chegar até lá, mas não quer dizer que ao chegar nessa marca, vou trabalhar para o desmame. Quer dizer que, se o Davi quiser parar antes disso, vou tentar insistir para ele não largar. Mas, se chegar nesta marca, vou considerar que minha missão de vaquinha mococa foi cumprida. Se ele quiser largar, não vou insistir (apesar de reconhecer que este será um momento tenso) e espero que tenhamos uma transição tranquila.

Então, enquanto ele estiver a fim, tamos aí (eu e meus peitinhos). E, pelo andar da carruagem, acho que vai ser possível cumprir a meta com louvor, uma vez que até hoje o peito se enche, vaza, suja camisola à noite. Tudo isso numa intensidade bem menor do que no início (quando eu vivia cheirando a leite o dia inteeeeiro), mas ainda assim rola um RNfeelings por aqui.

Aliás, não sei como seria diferente. Vejo muitas mães que dão mamadeira, que reclamam que o filho não quis mais mamar. E fico me perguntando como é essa relação sem o peito. Como a pessoa consegue acalmar a criança, colocar pra dormir (sim, eu faço o que não é recomendado por nenhum pediatra, Davi dorme pendurado no peito), dar carinho. Sei que é possível, quer dizer, não só possível, mas como é também muito comum. Mas na prática é que não saberia fazer diferente do que faço hoje.

E isso tem um ônus e um bônus (aliás vários, de ambos os lados). É bom o carinho, a proximidade que se forma entre mãe e filho. É uma fonte saudável de nutrientes e calorias, sem contar com os anticorpos que vão junto. Só que também tem um lado prisão.

Eu não tiro leite. Não estoco. Acho pouco prático. Não sei se é resquício da UTI, mini trauma do início da amamentação, ou se é pura falta de tempo e saco, mas prefiro dar o leite in natura. O que me obriga a estar por perto à noite. Deixa eu colocar melhor: isso não me obriga, mas eu me sinto obrigada. A estar disponível para dar o mamá, caso seja solicitado (e ainda é, muitas vezes). Numa boa noite, são umas duas mamadas; numa péssima, são milhares, nem chego a contar.

Outro dia, fomos a um aniversário à noite, mas logo depois de meia-noite voltei pra casa. Foi bom, mas seria impensável ficar muito mais tempo que isso (pelo menos por enquanto, na minha cabeça, algo diferente disso seria completamente inviável). Dormir longe dele, só nos primeiros dias de UTI, que foram bem difíceis. Hoje, é impensável.

E essa prisão normalmente não me incomoda. Normalmente, eu disse. Mas está começando a me incomodar. Não é a falta de sono contínuo, não é o cheiro de leite, não é o peito duro. O que tem me incomodado é a prisão.

Não sei se estou numa fase muito trabalho, casa, casa, trabalho, mas estou sentindo uma saudade da época em que ia ao cinema, jantar fora, teatro, show. Esses programinhas de casal, de namorado, que um dia ainda vão voltar (não com a intesidade de antes, mas nada que uma programação prévia e uma boa alma de babá - vó, tia ou qualquer familiar mais próximo - não resolvam).

Mesmo me sentindo um pouco assim, sigo firme no meu propósito, na minha meta. One year down, one more to go!

3 comentários:

Carol disse...

minha meta é um ano e tô muito perto! tb não faz parte dos meus planos desmamar dps disso, claro que não, mas se chegar ao primeiro ano, já estarei mto feliz.

aqui a coisa é mais chata, meu leite diminui demais caso eu não ordenhe e preciso estocar pra ele tomar na creche (ainda toma), então minha prisão é ainda mais presa que a tua (noites amamentando - tamojunta!).

tb me sinto cansada, mas qdo penso em desmamar pra ficar mais livre me dá uma tristeeeeeza, um pensamento de que não amamentarei opra sempre, então, que mal tem seguir mais um pouquinho?

torcendo pra vcs chegarem na meta de vcs!

beijão!

No mato sem cachorro disse...

Então lá vou eu... Pode planejar cinemas, teatros, restaurantes, praia, etc, etc que minhas noites serão com o Davi, oba!

Ju disse...

Tenho orgulho da sua empreitada e por conseguir amamentar o Davi por tanto tempo. óquei não estou grávida, mas como vejo por aí muitas mães que não conseguem ter leite o suficiente, tenho medo de não conseguir também. A principio minha meta é um ano. Não sei se curto a ideia por mais do que isso. Claro que não vou cortar drasticamente caso consiga amamentar até um ano. Bem, mas por enquanto isso são só pensamentos, né? acho que a gente só sabe mesmo como será quando de fato estiver acontecendo ;)

bjus