terça-feira, 5 de julho de 2011

Prisão de ventre

Pela primeira vez, Davi teve prisão de ventre com o leite materno. Pense num menino irritado, que chora por qualquer motivo e nada funciona a não ser o aconchego do peito? Ontem ficou praticamente o dia inteiro pendurado em mim... Resultado, não comi direito. Foram pelo menos 2 horas e meia para terminar meu prato de almoço que no final já estava mega gelado, e outra hora e meia pra terminar uns biscoitos cream cracker com um chazinho no final da tarde. Pedi arrego e liguei pro pai pedindo pra ele chegar logo em casa.

Ele já teve prisão de ventre antes. Vou ter que abrir um mega parênteses para contar isso tudo direito. Senta que lá vem história...

Essa primeira prisão de ventre dele aconteceu quando ele passou três dias no leite em pó do mal. Tive que fazer isso quando ele tinha uns dois meses para conseguir que a icterícia dele acabasse. Deixa eu explicar melhor: quando ele nasceu, ficou amarelinho, fez fototerapia na maternidade e a icterícia passou. Mas voltou de novo. Depois de exames de sangue e urina para descartar qualquer problema mais sério, o médico desconfiou do meu leite. Tava certo. Era icterícia causada pelo leite materno. Coisa que acontece em apenas 2% das mães que amamentam. Sorte a minha, não? Pausa na amamentação e início do martírio com o leite em pó do mal.

Quase tive um treco com essa pausa. O peito giga, tipo Dolly Parton mesmo, com a pele brilhando de tão esticada, Davi chorando porque não se adaptava direito ao leite (foram três marcas diferentes até ele aceitar uma) e nem à mamadeira (foram quatro diferentes, até ele pegar a chuquinha mesmo, a mesma que ele usou na maternidade quando estava na UTI), e o Tide sem entender nada do estava acontecendo e surtando com o meu surto. Davi não mamou direito e o que mamou colocou pra fora em dois giga vômitos, daqueles dignos de sujar trocador, poltrona, a mãe e tudo aquilo que estava pela frente. Tipo jatão mesmo. Horrível. Estava mega preocupada achando que ele iria emagrecer o que não podia, afinal nasceu prematuro.

E pra completar esse quadro, veio ela: a prisão de ventre. Com o leite em pó do mal, o Davi não conseguia fazer cocô. Foram três dias assim, desde que começou a dieta nova. Estava prostradinho, não chorava, não se mexia, muito diferente do que ele era normalmente, um bebê bastante ativo. Na madrugada do terceiro dia, ele nos acordou com o barulho de alguém estava fazendo força. Colocamos no trocador. Massagem, posição de trocar fralda, estímulo com um pouquinho de hipogloss. E finalmente veio o alívio. Um cocô tipo de gato. Duro, branco, nada a ver com o normal do leite materno (amarelado, tipo mostarda, quase líquido). Foi uma montanha de m... Não parava de sair. Desculpe a riqueza de detalhes, mas papo de mãe é assim mesmo. Bem descritivo no que concerne os fluidos corporais do filhote.

De manhã, liguei pro pediatra e digo que ele já está bem mais branquinho (o Davi, não o cocô hehe). Ele finalmente me libera o peito, antes do esperado. Desligo o telefone e choro. Horrores. Minha cria aliviada da prisão de ventre e eu da restrição de peito. Ele recomeça a mamar e na madrugada, de novo, acordamos eu e o pai com o barulho característico. Aí vinha a m.... de novo. hehehee

Filhote posicionado no trocador, algodão em mãos para limpar o que estava por vir. E por essa nem eu mesmo esperava. O leite em pó do mal com o leite materno fez uma mistura explosiva: cocô inicialmente duro e branco e depois líquido e amarelo arremessado numa distância que quase chegou no sofá!!! Sujeira pra tudo que é lado e eu e Tide cantando de alegria. Só sendo pai e mãe pra se alegrar com uma lambança de proporções extratosféricas!!! hehehe Alívio de novo pro Davi e retomada normal da rotina de cocô até domingo passado.

Ligamos pro pediatra, que receitou supositório de glicerina. No domingo, depois de duas horas do supositório, alívio. Ontem, mais 36 horas sem evacuar e um dia irritadíssimo como já expliquei. Ligamos de novo pro pediatra, que recomendou novamente o supositório e um pouquinho de suco de laranja. Primeira vez que experimentou um sabor diferente do leite. Fez cara feia, colocou metade pra fora, mas mamou o resto (5ml). Dormiu sem o supositório fazer efeito. Hoje de manhã, o alívio de novo.

E agora? Ele não está mais tomando o leite em pó do mal. A prisão de ventre foi causada pelo leite materno mesmo. Tomara que tenha sido só uma fase, que normalize. Hoje, já está passando um dia bem mais tranquilo, sorrindo e tirando suas cochiladas ao longo do dia. Que continue assim em nome da minha sanidade mental. :-)

5 comentários:

No mato sem cachorro disse...

Que relato delicioso! Agradecimentos ao Davi pelos problemas defectivos ou será defecativos?

No mato sem cachorro disse...

Só pra refletir:

"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo !
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem ...que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo. "
José Saramago

Narcisa disse...

Oi, Liza! Conheço bem essa historia, minha "bebezinha" tinha prisão de ventre direto... aliás, ainda tem!
Voce conhece a origem da palavra "enfezado" ???
Então, é isso, o Davizinho tava enfezado!
Bjs, Narcisa

Ju disse...

Nossa, numa imaginei que causasse tanto sofrimento para um bebezinho!

ESPORTES TV disse...

Lindo o filho e blog, parabéns.

Alexandre Nader.