sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tô que nem peru

Pois é, tô sofrendo de véspera. A adaptação do Davi na creche começa na segunda-feira e já estou sentindo o peso da culpa. De deixá-lo longe de mim, sem o peito, que o ajuda a dormir de dia e o alimenta.

Ele já está comendo três refeições por dia (2 salgadas e 1 doce, em geral uma fruta no lanche), mas ainda mama durante o dia. Não aguento ficar segurando o peito para já ir acostumando. Até tentei só dar peito de manhã e depois só à noite. Mas não consegui, nem uma vezinha sequer. Ele ameaça uma reclamação e lá vai o santo peitinho para resolver. Então, decidi desencanar e dar o peito entre as refeições, cuidando só para não dar muito perto da hora da comida. O que me conforta é que pelo menos comendo ele já está. Morrer de fome não vai.

Tirando essa questão do peito, outra coisa que me angustia é a nova rotina que se aproxima. Se hoje eu já não tenho tempo de cuidar de tudo na minha casa, imagina só quando eu estiver trabalhando todos os dias? Minha casa vai virar um chiqueiro! Isso sem falar nos momentos para se ter vida social e dar atenção ao marido. Vou chegar em casa na hora de buscar o Davi na creche, louca para ficar com ele. Vamos seguir sua rotininha de sono e vou ter que dormir mais cedo, pois chego no trabalho às 7h20. Sentiu o drama? Que horas será que vou ter que dormir? Às 9h, uma hora depois de colocar o Davi para dormir? Não que isso seja difícil pra mim, sou boa de cama, mas vai me sobrar uma hora para comer, tomar banho, dar atenção ao marido e ajeitar as coisas para o dia seguinte. Sei que vou dormir mais tarde que isso, mas vai ser complicado conseguir horas de sono suficientes para ir trabalhar no dia seguinte, considerando que o Davi acorda de madrugada para mamar.

Mas tirando essas preocupações, aquilo que está mais me doendo é não estar presente no dia-a-dia do Davi. Ele, tão novinho, já vai passar pela sua primeira separação, o primeiro baque, e eu não posso fazer nada para evitar. Preciso trabalhar, minha renda é hoje indispensável para a minha família. Não tem como, não tem jeito. Mas não me conformo. Sei que vou deixá-lo na creche com o coração apertadinho. Espero encontrar um ambiente cheio de afeto, com pessoas queridas e amorosas. Sim, eu já conheço a creche do meu filho, mas acho que a certeza da escolha certa mesmo eu só vou ter durante a adaptação, vendo como as cuidadoras atuam ao longo do dia. Não vai ser a mesma coisa que amor de mãe, mas se eu sentir que lá ele terá, além do cuidado, o carinho e o afeto das cuidadoras, meu coraçãozinho já vai se confortar um pouco.

2 comentários:

Rafaella disse...

Esses sentimentos são normais, o de culpa então rs....
Mas voce vai ver, pode ser dificil nos primeiros dias, mas logo Davi vai se adaptar, e vai ser tão bom para ele, vc vai ver o quanto ele vai mudar e vai evoluir...
E nessa nova rotina, tente descansar bastante, ate para ajudar na adaptação de vcs, pois nervosa e cansada não da muito certo rs...
Boa sorte na nova fase, e tudo vai dar certo...
bjos

No mato sem cachorro disse...

Tudo passa, pense nisto. Um dia por vex. Bj